Num briefing sobre reféns, Trump preferiu focar-se na etnia da interlocutora
NBC relata encontro entre o Presidente e uma analista norte-americana de ascendência coreana. "Porque é que esta bonita senhora coreana não está a negociar com a Coreia do Norte", terá questionado um assessor durante um encontro na Sala Oval.
Na sequência da mais recente polémica envolvendo Donald Trump, provocadas por notícias que deram conta de que recorreu a linguagem vulgar para descrever o Haiti e alguns países africanos, começam a surgir outros relatos sobre o comportamento questionável do Presidente norte-americano em relação a pessoas que não se parecem consigo próprio. A NBC News descreve um deles: um encontro com uma analista de ascendência coreana na Casa Branca, no qual Trump demonstrou mais interessado nas origens étnicas da sua conterrânea — Nova Iorque — do que em ouvi-la.
Citando duas fontes que conhecimento directo deste encontro, a NBC diz que a mulher é uma especialista em situações com reféns e que se deslocou à Sala Oval para informar Donald Trump sobre uma operação de libertação de uma família retida no Paquistão. Depois de passada toda a informação, o Presidente perguntou à mulher de onde era. Nova Iorque, respondeu-lhe. Trump insistiu. Qual era mesmo a sua origem da mulher? O "seu povo" era de onde? Ao saber que os pais da analista são coreanos, o Presidente questionou um assessor presente na sala sobre porque é que aquela “bonita senhora coreana” não estava a negociar com a Coreia do Norte em nome da Administração norte-americana.
Nesta quinta-feira foi noticiado que Donald Trump se referiu ao Haiti e a alguns países africanos, durante uma reunião sobre a política imigratória, como “países merdosos”. O Presidente negou mais tarde ter feito estes comentários, mas foi desmentido pelos congressistas presentes na reunião. Estas palavras provocaram condenações um pouco por todo o mundo e acusações de racismo contra o líder norte-americano.