Esquerda e PAN chumbam leis de PSD e CDS sobre entrada de estrangeiros

Apenas o PSD e o CDS-PP votaram os seus projectos e o deputado social-democrata Feliciano Barreira Duarte, crítico das posições do seu partido nesta matéria, absteve-se.

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Protesto de imigrantes em 2016, em Lisboa Nuno Ferreira Santo

PS, PCP, BE, PEV e PAN chumbaram nesta quinta-feira os dois projectos de lei do PSD e do CDS-PP para revogar as alterações à lei de entrada de estrangeiros feitas pela esquerda parlamentar.

Apenas o PSD e o CDS-PP votaram os seus projectos e o deputado social-democrata Feliciano Barreira Duarte, crítico das posições do seu partido nesta matéria, absteve-se.

No debate no plenário da Assembleia da República, na quarta-feira, o PSD, através de Carlos Abreu Amorim, e o CDS-PP, com Telmo Correia, acusaram o PS de "ir a reboque" da extrema-esquerda na alteração à lei, permitindo uma simplificação na entrada de imigrantes em Portugal que causou um "efeito chamada" no número de pedidos de entrada no país.

Esse "efeito de chamada" foi relativizado pelo PS, através de Pedro Delgado Alves, que justificou o aumento do número de pedidos com o facto de, durante dez meses, ter estado vedado o acesso ao site em que é feito o pedido de regularização de imigrantes.

O deputado do PCP António Filipe acusou PSD e CDS-PP de, no diploma anterior, terem feito "uma lei à Trump antes de Trump".

António Filipe explicou a acusação pelo facto de sociais-democratas e democratas-cristãos terem alterado a lei em 2012, permitindo a expulsão do país de pessoas nascidas em Portugal e que "sempre tenham vivido em Portugal", não com base em condenações, mas sim por "meras suspeitas".

Já José Manuel Pureza, do BE, acusou PSD e CDS-PP de acenaram com o risco de uma "invasão de imigrantes" e de fecharem os olhos a "gente rica" que vem para Portugal "lavar dinheiro ao abrigo de uma política generosa de vistos gold".

PSD e CDS-PP recordaram o parecer do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de 2017, em que se alertava para o efeito de chamada de imigrantes com as alterações à lei feitas pelo PS, PCP e PEV em Julho do ano passado.

O PSD acusou o Governo minoritário de ter saneado a ex-directora do SEF Luísa Maia Gonçalves por tomar uma posição contra a lei.

As alterações ao regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros foram aprovadas na Assembleia da República pela maioria de esquerda e entrou em vigor no final de Julho de 2017.

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