As autoridades australianas para o bem-estar animal estão a investigar o caso de um coala encontrado morto e aparafusado a um poste de madeira, um crime que tem sido caracterizado como “doentio”, noticia a BBC. O caso causou uma onda de indignação nas redes sociais após a divulgação da fotografia.

Funcionários de um parque público em Queensland, estado no Nordeste australiano, encontraram o coala pregado pelas patas a um poste de madeira. O criminoso, se for encontrado, poderá ser acusado de crueldade animal, disse a organização de protecção dos direitos dos animais RSPCA.

Ainda não se sabe como morreu o coala. O seu pêlo estava manchado de sangue e com folhas agarradas. “É doentio”, disse à BBC Murray Chambers, da associação de resgate Koala Rescue Queensland. “Tenho este trabalho há dez anos e nunca vi nada assim.”

Esta associação partilhou a fotografia do animal no Facebook com o objectivo de tentar descobrir o autor. A publicação já tem mais de cinco mil partilhas. Num dos comentários à fotografia pode-se ler: “É tão triste pensar que nós, como seres humanos, podemos causar tanta crueldade a uma criatura indefesa. Há seres humanos doentios por aí.”

Murray Chambers disse que o coala pode ter sido atingido por um carro. A área de piquenique do parque fica próxima de uma estrada. “O meu instinto diz-me que o coala foi atingido por um carro, mas porque haveriam de pregá-lo?”, perguntou. “E estaria vivo quando o fizeram?”

O coala foi preso ao poste com parafusos de construção, disseram os média locais. A RSPCA solicitou uma autópsia como parte da investigação, indicou o porta-voz Michael Beattie.

Em 2012, o coala foi classificado como espécie vulnerável, a proteger em várias regiões da Austrália, onde a sua sobrevivência está ameaçada pela expansão urbana, atropelamentos, doenças ou desflorestação.

No ano passado, a Australian Koala Foundation estimava que a população de coalas, que está concentrada nas áreas de Queensland, New South Wales e Victoria, é de menos de 80.000 animais. Ainda no ano passado, em Maio, um relatório da WWF-Australia apontava para um declínio de 80% da população da espécie em Queensland.