Onda de frio do Árctico congela parte das cataratas do Niágara

A onda de frio que está a afectar os EUA e o Canadá com temperaturas negativas pintou de branco a fronteira entre os dois países.

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Em 2015 o frio já tinha coberto de neve a zona, mas as temperaturas recorde destes últimos dias transformaram o local Reuters

A onda de frio polar que está a levar as temperaturas do Árctico para o Norte dos Estados Unidos e algumas partes do Canadá transformou a paisagem das cataratas do Niágara, no Canadá. As imagens recolhidas por fotógrafos e turistas são impressionantes e mostram parte das cataratas congeladas. A imponente queda de mais de 60 metros para o lago e fronteira natural entre Estados Unidos e Canadá, está, por estes dias, transformada num cenário de “palácio do gelo” que denuncia o nível das baixas temperaturas que estão a afectar a região.

Apesar do aspecto congelado, a água ainda corre, ainda que rodeada por uma moldura de gelo. Em 2014, circularam imagens que mostravam as cataratas completamente congeladas, mas Caitlin Dewey, do Washington Post - e natural das cataratas do Niágara - duvida da veracidade das fotografias. A cada segundo circularam mais de três mil toneladas de água nas cataratas, com centenas de milhares de litros de água a cair, o que exigiria mais do que alguns dias para congelar completamente a água.

Segundo o Ministro do Meio do Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá, o tempo frio em Toronto na quinta-feira, dia 28 de Dezembro, bateu o recorde mais baixo dos últimos 57 anos, com a temperatura do aeroporto internacional da cidade a apontar os -22° C.

A onda de frio também veio acompanhada de um recorde de queda de neve. Em Erie, não longe das cataratas do Niágara, em apenas 48 horas, a neve atingiu uma altura superior a 1,5 metros.

O cenário polar causou pelo menos duas mortes e levou ao cancelamento de festividades relacionadas com a passagem de ano. No Canadá, o Governo cancelou um concerto de Ano Novo ao ar livre no Parliament Hill, em Otava, para marcar o fim das celebrações dos 150 anos do país.

Nos EUA, o National Weather Service partilhou avisos relacionados com ventos frios desde o sul do Texas até ao Canadá, desde Montana e Wyoming, atravessando New England até ao topo de Maine.

A mesma organização detalhou que em Omaha, no Nebraska, os termómetros chegaram pelo menos aos -10ºC, um valor que a região já não atingia desde 1884, excluindo o efeito do vento frio, cita a Associated Press.

Em Nova Iorque, Times Square deu as boas-vindas a 2018 na segunda noite de passagem de ano mais fria desde 1917, com as temperaturas a descerem aos -12ºC.

As baixas temperaturas causaram ainda problemas na canalização, baterias dos carros e acidentes rodoviários.

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