Modernização da linha do Minho entre Viana e Valença derrapa nove meses

A empreitada para modernizar o troço entre Viana do Castelo e Valença deveria ter sido adjudicada até Setembro, mas governo diz que só avançará no segundo trimestre de 2018.

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A modernização inclui o fim de passagens de nível e o aumento das estações para os comboios de mercadorias ADRIANO MIRANDA

As obras para modernizar a linha do Minho desde Viana do Castelo até à estação fronteiriça de Valença deveriam ter começado no Verão passado, mas já só deverão ter início no segundo trimestre de 2018, de acordo com fonte oficial do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.

O concurso público para escolher o empreiteiro foi lançado em Março deste ano, dentro dos prazos previstos, mas a mesma fonte explica que “a complexidade e o elevado número de questões colocadas pelas diversas empresas interessadas durante as fases de esclarecimentos determinou a prorrogação do prazo do procedimento para a entrega das propostas”. Por esse motivo, “a adjudicação da empreitada deverá ocorrer até final deste ano e, consequentemente, o início dos trabalhos no segundo trimestre de 2018”.

Segundo o Plano de Investimentos em Infraestruturas Ferrovia 2020, apresentado pelo governo em Fevereiro de 2016, a segunda fase das obras da linha do Minho, ao longo de 48 quilómetros, deveria ter início entre Outubro e Dezembro deste ano, por forma a estarem concluídas em finais de 2018. A calendarização agora anunciada fará com que a electrificação só chegue à fronteira luso-galega com, pelo menos, nove meses de atraso.

Uma situação que contrasta com a obra que está a decorrer entre Nine (concelho de Vila Nova de Famalicão) e Viana do Castelo, cujo contrato foi assinado em Janeiro deste ano, três meses mais cedo do que o previsto

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No entanto, tal não evitou que esta empreitada também se atrasasse: a sua conclusão estava prevista até ao fim deste ano, mas, segundo o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, só deverá estar terminada no segundo semestre de 2018.

Os trabalhos em curso – que se prolongarão até à fronteira espanhola – constam da electrificação e instalação de sistemas de sinalização electrónica e de telecomunicações, que permitirão retirar pessoal das estações, ficando a gestão do tráfego ferroviário centralizada em Contumil (Porto).

A segurança sairá, assim, reforçada, bem como a velocidade dos comboios que, sendo eléctricos, serão também menos poluidores do que o actual material a diesel.

A modernização inclui a supressão de passagens de nível e construção de desnivelamentos, bem como o aumento do comprimento das estações para permitir o cruzamento de comboios de mercadorias com 750 metros.

Nos últimos anos a linha do Minho tem assistido a um forte aumento do tráfego de mercadorias, com várias circulações diárias de comboios carregados de madeira vindos da Galiza para as fábricas de papel do Louriçal (Figueira da Foz).

O investimento anunciado pelo governo para modernizar a linha do Minho até Valença foi de 83,2 milhões de euros, dos quais 59,2 milhões provenientes de fundos comunitários.

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