Uber aceita vender fatia da empresa a grupo japonês

A concretizar-se o acordo, a empresa de telecomunicações Softbank vai controlar até 20% da startup mais valiosa do planeta.

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Masayoshi Son lidera a empresa nipónica que tem investido em activos norte-americanos Reuters/TORU HANAI

A administração da Uber aceitou vender uma fatia da empresa a um grupo de investidores liderados pela empresa de telecomunicações japonesa Softbank, que quer controlar entre 14% a 20% da mais valiosa startup do mundo. Desconhece-se o valor exacto do investimento, mas o conselho de administração da empresa norte-americana já autorizou a venda de 10 mil milhões de dólares em acções (cerca de 8580 milhões de euros) aos japoneses.

“Entrámos num acordo com um consórcio liderado pela SoftBank”, confirmou um porta-voz da Uber na tarde de domingo. Quando for fechado, o acordo vai ajudar a empresa a “alimentar os investimentos em tecnologia e a expansão contínua em casa e no estrangeiro”. A empresa que desenvolveu uma aplicação para partilha de viagens garante que vai continuar a reforçar o controlo da gestão, afectada nos últimos meses por diversos casos polémicos.

O acordo aprovado pela Uber prevê que os japoneses adquiram acções actualmente nas mãos de outros investidores da Uber. O acordo foi anunciado há meses, mas as negociações têm sido lentas devido a um desencontro entre o antigo presidente executivo da Uber Travis Kalanick e investidores actuais, que querem o fundador da startup completamente fora do conselho de administração. Em Agosto, a empresa de capital de risco Benchmark (um dos actuais investidores da Uber) abriu mesmo um processo legal contra Kalanick para diminuir o seu poder da empresa. Para a Benchmark, a venda de acções da Uber à Softbank só poderia avançar se a empresa nipónica concordasse, por escrito, que não nomearia Travis Kalanick como presidente executivo.

Fechar o negócio com a empresa nipónica também permite à Uber abrir um novo capítulo, depois de um ano de controvérsias, incluindo a demissão do presidente executivo, em Junho, na sequência de acusações de assédio e denúncias de condições de trabalho precárias. Actualmente, a empresa está a lutar para continuar a operar em Londres, depois de a reguladora de transportes da capital britânica, a Transports for London (TfL), ter retirado a licença da empresa para operar na cidade em Setembro, devido à “falta de responsabilidade corporativa” da empresa.

Para a Softbank, o acordo representa mais um investimento no estrangeiro após comprar a fabricante de robôs Boston Dynamics à empresa-mãe da Google e de investir 3000 milhões de dólares na startup nova-iorquina WeWork, em Agosto.

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