Empresas querem desmantelamento de torres de arrefecimento e controlo diário

Associação alerta ainda para a perda de qualidade do ar interior com o "esvaziamento sistemático" do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior em Edifícios.

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Surto foi detectado no Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Empresas dos sectores térmico e do ambiente defenderam nesta sexta-feira o desmantelamento de todas as torres de arrefecimento que possam ser substituídas por outros equipamentos e a monitorização diária obrigatória das que fiquem em funcionamento.

A propósito do surto de Legionella detectado no Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa, e que já provocou quatro mortos, infectando 44 pessoas, a Associação Portuguesa das Empresas dos Sectores Térmico, Energético, Electrónico e do Ambiente (APIRAC) propôs o "desmantelamento de todas as torres de arrefecimento passíveis de serem substituídas por equipamentos de arrefecimento a ar".

Outra solução indicada refere a obrigatoriedade da "monitorização diária permanente com registo histórico das torres de arrefecimento que se mantenham em funcionamento", uma forma de facilitar a fiscalização e "evitar o desleixo" entre auditorias, refere um comunicado da associação.

Estas empresas alertaram ainda para a perda de qualidade do ar interior com o "esvaziamento sistemático" do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior em Edifícios.

"Tal como já tinha alertado no surto de Vila Franca de Xira em 2014, e antes disso em 2013, a APIRAC reafirma que o fim das auditorias obrigatórias em 2013 foi um retrocesso e criou um vazio", recordam.

Para estes responsáveis empresariais, mesmo que as regras passem a ser mais abrangentes, "será necessária uma fiscalização efectiva a nível nacional". E questionam se, "depois de mais perdas de vidas", alguém fica satisfeito "apenas" por já poder "punir o prevaricador (...) e quem é o prevaricador?!"

Entre as soluções que a APIRAC avança consta também a reposição na totalidade das auditorias da qualidade do ar interior, "porque a Legionella não é o único (nem sequer será o mais letal) poluente do ar interior que deve ser sujeito a rastreio".

A reposição do Certificado Energético e da Qualidade do Ar Interior, supervisionado pela Agência para a Energia (ADENE), é igualmente apontada como relevante, o que é justificado pela "inegável interligação" dos problemas de qualidade do ar interior com os sistemas energéticos dos edifícios.

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