Nuvem de poluição radioactiva na Europa mas sem riscos para a saúde

Instituto francês de segurança nuclear suspeita que tenha ocorrido um acidente nuclear na Rússia ou Cazaquistão em Setembro.

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Não há registos de impacto na saúde humana ou no meio ambiente na Europa Reuters/CARLO ALLEGRI

A nuvem de poluição radioactiva que paira na Europa indica que pode ter havido um acidente numa instalação nuclear na Rússia ou no Cazaquistão na última semana de Setembro, disse o Instituto Francês de Segurança Nuclear (IRSN) na quinta-feira.

O IRSN excluiu a hipótese de um acidente num reactor nuclear, dizendo ser mais provável ter acontecido numa central de tratamento de resíduos, ou num centro de medicina nuclear. Porém, não há registos de impacto na saúde humana ou no meio ambiente na Europa, diz o IRSN.

Em comunicado, o instituto afirma não conseguir precisar o local da fuga de material radioactivo mas, baseando-se nos padrões meteorológicos, calcula que a zona mais plausível seja o Sul dos Montes Urais, entre os Urais e o rio Volga - o que indica a Rússia ou o Cazaquistão como local do acidente.

“As autoridades russas dizem não ter indicação de qualquer acidente no seu território”, disse à Reuters o director do IRSN, Jean-Marc Peres, acrescentando que o instituto ainda não contactou as autoridades do Cazaquistão. A porta-voz do Ministério russo para as Emergências disse não poder comentar o caso para já. Não foi também possível, por enquanto, chegar às autoridades do Cazaquistão ou à respectiva embaixada em Moscovo.

Peres explicou que, nas últimas semanas, o IRSN e outros institutos para a segurança nuclear europeus têm detectado níveis elevados de ruténio 106, um componente radioactivo que não tem origem natural. Foi ainda verificado que a quantidade do componente libertado é elevada e que se um acidente da mesma magnitude tivesse acontecido, por exemplo, em França seria necessário a evacuação, ou abrigo, da população num raio de alguns quilómetros a partir do local do acidente.

No entanto, o IRSN afirma que a concentração de ruténio 106 no ar que se tem verificado na Europa não apresenta riscos para a saúde humana ou ambiente.

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