Um recém-nascido chamado Jihad pode virar caso de justiça em França

Na cidade de Toulouse um casal deu ao seu filho nascido em Agosto o nome Jihad. A justiça francesa reflecte agora se o nome é apropriado num país que foi alvo de alguns dos mais mortíferos ataques terroristas motivados pelo radicalismo islâmico.

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ADRIANO MIRANDA

O nome escolhido por um casal para o seu filho recém-nascido está próximo de se tornar num caso de tribunal. Jihad é o nome de um rapaz nascido, em Agosto, na cidade de Toulouse e a situação chamou a atenção das autoridades.

Agora, a justiça francesa poderá ter de iniciar a reflexão sobre se este nome é aceitável num país que, nos últimos anos, foi alvo de alguns dos mais mortíferos ataques terroristas motivados pelo extremismo islâmico na Europa. Como dá conta a BBC, o caso deverá ficar sob responsabilidade de um juiz de assuntos familiares.

Segundo a legislação gaulesa, não existem restrições aos nomes atribuídos às crianças, desde que não exista risco de prejuízo aos interesses presentes e futuros da criança e desde que outros familiares não se oponham.

A expressão jihad tem sido conotada nos últimos anos com a “guerra santa” perpetrada por diferentes organizações terroristas islâmicas. Isto tem sido assim não só no Ocidente, dando origem até à denominação aos militantes do Daesh como “jihadistas”, mas a expressão é também utilizada pelos próprios grupos extremistas como forma de atrair cada vez mais apoiantes e combatentes. No entanto, e segundo a lei islâmica, que engloba o livro sagrado do Corão, a jihad refere-se, na verdade, a um sacrífico ou a um esforço que cada muçulmano deve realizar todos os dias.

Mas este caso não é único. Antes do nascimento de Jihad, em Agosto, nasceram outras crianças em França cujos pais deram o mesmo nome. E tal foi sempre autorizado.

No entanto, tal como lembra a BBC, a mãe de um dos rapazes com o nome Jihad foi condenada a pena suspensa de prisão e  teve de pagar uma multa de 2000 mil euros, mas não por causa do nome do filho em si. Na cidade de Nimes, em 2013, o rapaz de três anos apareceu na escola vestindo uma t-shirt onde se lia “eu sou uma bomba” e “Jihad, nascido a 11 de Setembro”.

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