Medidas do Governo são "muito positivas" mas é preciso vê-las "na prática", diz autarca de Oleiros

O autarca de Oleiros assinalou que ficou por alargar o cadastro simplificado.

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ADRIANO MIRANDA

O presidente da Câmara de Oleiros disse nesta segunda-feira à agência Lusa que as medidas que saíram do Conselho de Ministros extraordinário são "muito positivas", mas adiantou que falta alargar o cadastro simplificado a alguns concelhos.

"São medidas muito positivas. Quero vê-las é na prática para todos os concelhos que sofreram com os incêndios", afirmou o presidente deste município do distrito de Castelo Branco.

Fernando Marques Jorge sublinhou ainda que apenas faltou alargar algumas circunstâncias, nomeadamente o cadastro simplificado.

"Faltou alargar o cadastro simplificado a alguns concelhos que já são poucos, porque isso é fundamental para o emparcelamento e ordenamento da floresta. Se isso não for feito, muito dificilmente vamos reabilitar a floresta", sustentou.

Questionado sobre uma eventual visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao concelho de Oleiros, o autarca adiantou que o chefe de Estado privilegiou os concelhos onde morreram pessoas.

A reforma da Protecção Civil, que pretende aproximar a prevenção do combate aos incêndios e reforçar o profissionalismo, deverá passar pela entrada do Estado na rede SIRESP e por vários apoios dirigidos às populações e às zonas mais afectadas.

Estas medidas foram anunciadas no sábado pelo Governo, que se sentou à mesa para discutir, durante 11 horas, a reforma nos sistemas de prevenção e combate aos incêndios e adoptar medidas de emergência de apoio às vítimas, depois dos incêndios de Pedrógão Grande (Junho) e da zona Centro (15 e 16 de Outubro).

A reunião extraordinária do Conselho de Ministros realizou-se no sábado na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, mas tinha sido anunciada por António Costa no dia 12, depois de a Comissão Técnica Independente nomeada pela Assembleia da República ter concluído o seu relatório sobre os incêndios de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e Góis (distrito de Coimbra).

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em Junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

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