Novo Banco avança com acção contra Vaz Guedes para recuperar 4,3 milhões de euros

As dívidas da Gespura, holding fundada pelo ex-presidente da Somague continuam a somar-se. empresa nao tem património pelo que é o empresário quem tem de arranjar solução

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O Hotel Aquapura Douro Valley foi um dos primeiros projectos do grupo Gespura Diogo Baptista

Esteve na lista de devedores à segurança Social, esteve na lista de devedores ao Fisco. Está na lista de acções executivas que tem vindo a chegar ao Tribunal da Comarca de Lisboa lançadas por credores para tentar recuperar dívidas. A última foi lançada pelo Novo Banco que pretende cobrar a Diogo Vaz Guedes e à Gespura SGPS uma dívida de 4,3 milhões de euros.

A Gespura é uma sociedade gestora de participações sociais, fundada pelo ex-presidente da Somague, Diogo Vaz Guedes, em Abril de 2006. Foi a partir dela que, tendo como sócio o actual presidente da EDP,  António Mexia, avançou para o projecto hoteleiro Aquapura, que acabou resgatado e vendido a fundos internacionais.

A acção executiva interposta pelo banco liderado por António Ramalho contra a empresa fundada pelo ex-presidente da Somague foi apenas a última e está registada no portal Citius com data da passada quinta-feira, 5 de Outubro. Há dois anos já a Caixa Geral de Depósitos tinha interposto uma acção, no valor de um milhão de euros, e em Fevereiro deste ano foi o Haitong Bana a fazê-lo, em duas acções que totalizam dívidas de 45 milhões.

Apesar de todas estas acções, os credores têm tido problemas em recuperar os seus créditos, uma vez que a Gespura já não tem qualquer património. Citado pelo jornal Expresso, que avançou com a notícia esta sexta-feira, Diogo Vaz Guedes Vaz Guedes confirma estes problemas: “A solução passa por mim e não pela Gespura”, refere o empresário, manifestando a sua esperança em conseguir levar a bom porto as negociações que encetou. “Estamos em contacto com as entidades e a tentar arranjar soluções. É um tema em negociação”, respondeu o empresário.

Segundo as informações recolhidas pelo Expresso, no final de 2015 a Gespura tinha capitais próprios negativos de 30 milhões de euros, fruto de sucessivos anos de prejuízos. Controlada por Vaz Guedes, a empresa tinha então como accionista minoritário, com 28,5%, a companhia luxemburguesa Novamil Invest, financiada e controlada por uma sociedade offshore das Ilhas Virgens Britânicas, denominada Bologna Ventures, cuja propriedade não foi possível apurar.

Diogo Vaz Guedes foi um dos dinamizadores do “Compromisso Portugal”, que arrancou com um congresso realizado a 10 de fevereiro de 2004 que tinha por missão “lançar uma nova geração de gestores, empenhados em debater um modelo económico que permita ao país alcançar níveis superiores de riqueza e sair da cauda da Europa nos próximos dez anos”. 

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