Quatro candidatos querem reabilitar o Matadouro do Porto

Propostas serão agora avaliadas para ver quais cumprem os requisitos técnicos e financeiros definidos no concurso público

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O edifício na freguesia de Campanhã será um pólo multifuncional Martin Henrik

A Câmara do Porto recebeu quatro candidaturas para recuperar e explorar o antigo matadouro industrial de Campanhã, dando-lhe valências que vão da tecnologia à cultura e transformando o equipamento numa âncora do desenvolvimento daquela freguesia, foi divulgado esta terça-feira.

A informação foi adiantada pelo gabinete de imprensa da autarquia, em resposta a questões da Lusa a propósito do fim do prazo para a apresentação de candidaturas para reabilitar o edifício desactivado há cerca de 20 anos, numa empreitada que, quando lançada em Diário da República, apontava para dois anos de obra e custos de 15 milhões de euros.

O gabinete de imprensa acrescenta que, apresentadas agora as quatro candidaturas, seguir-se-á uma fase de "qualificação prévia dos candidatos", com o objectivo de seleccionar "os candidatos que cumprem os requisitos técnicos e financeiros mínimos estabelecidos no concurso".

O concurso público internacional para a reconversão e exploração do Antigo Matadouro Industrial do Porto foi lançado a 2 de Agosto com a publicação do anúncio no Diário da República (DR), anunciou a Câmara do Porto naquele dia.

No DR, indicava-se que a fase de projecto terá uma duração de sete meses, seguindo-se a fase de obra que se prolongará por dois anos e uma estimativa preliminar de custos de 15 milhões de euros, enquanto a de exploração terá uma extensão de trinta anos, informou ainda em comunicado a autarquia.

Segundo a câmara, o concurso visa transformar aquele edifício, desactivado há cerca de 20 anos e cuja construção se iniciou em 1910, "num equipamento âncora na reabilitação da zona oriental da cidade, baseado nos eixos da coesão social, economia e cultura".

No comunicado divulgado em Agosto, a câmara descrevia que a intervenção prevê a reconversão integral do complexo, mantendo a sua memória histórica e natureza arquitectónica, em espaços empresariais diversificados e polivalentes, espaços comerciais e de lazer de apoio local, destinados à acção social e à ligação com a comunidade local e de cariz cultural e artístico, destinados à exposição, à produção e ao depósito.

Está prevista a existência de um percurso interno público de circulação para peões e bicicletas "entre o acesso existente na Rua de São Roque da Lameira e a estação de Metro do Dragão e respectivo parque de estacionamento, atravessando o interior do edifício principal, subindo por um edifício novo a construir em altura no topo norte do complexo, e atravessando a VCI por intermédio de uma nova passagem superior", acrescentava-se no DR.

O projecto prevê ainda que "dos mais de 20 mil metros quadrados disponíveis para construção, 7.885 metros quadrados ficarão sob gestão municipal, sendo o restante explorado pela entidade vencedora do concurso".

Na avaliação das propostas, "o factor preço apenas contará 25%, sendo que os restantes 75% incidem sobre a qualidade técnica da proposta", revela a câmara, devendo as candidaturas ser entregues até 1 de Outubro.

O projecto preliminar para a reabilitação do antigo matadouro foi apresentado na 21.ª Trienal de Artes, Design e Arquitectura de Milão, em Abril de 2016 tendo sido anunciados em 27 de Junho, em reunião pública do executivo, os termos do concurso público.     

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