Número de vítimas do Irma nos EUA sobe para 27

Morte de seis utentes de um lar de idosos na Florida eleva balanço de vítimas nos EUA.

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Uma pequena igreja cercada pelas águas em Immokalee, estado da Florida Reuters/STEPHEN YANG

O número de vítimas mortais da passagem do furacão Irma pelo sudeste dos Estados Unidos subiu esta quarta-feira para 27.

No estado norte-americano da Florida, as autoridades anunciaram a morte de seis utentes de um lar de idosos em Hollywood Hills que estava há vários dias sem luz eléctrica. Outros 115 residentes foram retirados do local, que é agora alvo de uma investigação criminal.

Ainda na Florida, a polícia do condado de Orlando anunciou a morte de três pessoas intoxicadas pelos fumos de um gerador a gasolina que estaria a ser utilizado dentro de casa, também devido à falta de electricidade.

De acordo com a CNN, 4,4 milhões de pessoas continuam sem acesso à electricidade na Florida.

A Florida Power and Light, uma das principais empresas fornecedoras de energia no estado, garante que os habitantes na zona leste vão ter luz até domingo. Já os habitantes da zona oeste da Florida terão de esperar até 22 de Setembro.

Nos restantes estados atingidos pelo mau tempo (Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Alabama), quase 800 mil pessoas permanecem sem luz. Cerca de 30.000 funcionários em todo o sudeste norte-americano estão a trabalhar para reparar a rede eléctrica.

Entretanto, a Florida inicia agora um longo processo de reconstrução e o regresso à normalidade possível. Cerca de 90.000 pessoas já foram autorizadas a regressar às suas casas no arquipélago das Keys, onde o último balanço indica que um quarto das habitações foram destruídas e 65% ficaram seriamente danificadas.

“Os residentes que estão a voltar às suas casas devem ter em consideração que os serviços são limitados. Muitas zonas ainda estão sem energia e sem água”, alertam as autoridades do condado de Monroe. As ligações telefónicas são difíceis e muitas bombas de gasolina continuam enceradas.

No arquipélago, e durante a passagem do Irma, foram registados ventos superiores a 200 km/h, o que levou à queda de árvores e postes de electricidade.

“Não tenho casa. Não tenho trabalho. Não tenho nada”, contou à Reuters Mercedes Lopez, de 50 anos, que regressou ao arquipélago depois de ter fugido para o norte do estado. “Voltámos para nada”, acrescentou, explicando que pretende agora recuperar os poucos bens que resistiram à tempestade.

Amanhã, quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desloca-se à Florida para analisar os estragos causados pelo furacão, naquela que é já a visita motivada por tempestades do género. Trump irá ainda reunir-se com a Guarda Costeira, com a FEMA e as restantes autoridades que actuaram durante a tempestade.

“Temos muito trabalho pela frente, mas vamos todos unir-nos (…) Vamos reconstruir este estado”, disse entretanto o governador da Florida, Rick Scott, citado pelo New York Times.

Líderes europeus visitam as Caraíbas

De acordo com a Reuters, o Irma terá causado pelo menos 70 mortos nos vários países por onde passou.

Antes de chegar aos Estados Unidos, e então enquanto furacão de categoria 5, a tempestade atingiu com especial intensidade diversos pontos das Caraíbas. Agora, vários países europeus reforçam o apoio prestado aos respectivos territórios na região.

Em visita à metade gaulesa da ilha de São Martinho e à ilha de Guadalupe, na terça-feira, o Presidente francês Emmanuel Macron defendeu-se das críticas feitas pelos habitantes, dizendo que Paris respondeu ao Irma “com uma das maiores operações desde a Segunda Guerra Mundial”.

“São Martinho vai renascer, prometo”, disse Macron ainda em Guadalupe.

A metade holandesa de São Martinho foi por sua vez visitada pelo Rei Guilherme Alexandre dos Países Baixos, que dramatizou os efeitos do desastre natural.

“Já vi grandes guerras e desastres naturais no passado, mas nunca vi nada como isto”, disse em entrevista a uma rádio local.

De acordo com a Cruz Vermelha holandesa, citada pela Reuters, um terço das habitações na ilha de São Martinho foram destruídas pelo furacão. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Boris Johnson, também se desloca por estes dias às Ilhas Virgens britânicas, onde cerca de metade das habitações e estabelecimentos comerciais foram destruídos pela tempestade. 

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