Ex-primeira-ministra da Tailândia fugiu para o Dubai para evitar sentença

Yingluck Shinawatra, que faltou à sessão final do julgamento, arrisca uma pena de prisão até dez anos.

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Yingluck Shinawatra foi afastada em 2014 LUSA/RUNGROJ YONGRIT
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Reuters/JORGE SILVA

A justiça tailandesa emitiu um mandado de captura contra a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, depois de ela ter faltado à sessão final do julgamento em que é acusada de negligência na aplicação de um programa de subsídios à produção de arroz, suspeitando que ela tenha fugido do país. Uma fonte do seu partido disse à CNN que ela está no Dubai, onde o seu irmão, o também ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, está exilado.

Yingluck garante que é inocente e diz-se vítima de um jogo político.

Nesta sexta-feira de manhã, os advogados justificaram em tribunal a ausência de Shinawatra, alegando que a antiga primeira-ministra está doente e pedindo por isso o adiamento da sessão.

No entanto, o tribunal não acreditou na versão dos advogados, que não apresentaram um atestado médico, e decidiu emitir um mandado de captura. Norrawit Lalaeng, um dos seus advogados, disse que "não sabia" se Shinawatra estaria no país.

O vice-primeiro-ministro tailandês, Prawit Wongsuwan, acredita que a ex-governante já terá saído do país, cita a Reuters. O mesmo defendem fontes próximas do partido no poder. No entanto, ninguém adianta qual será o seu paradeiro.

O seu irmão e ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra foi afastado num golpe dos militares em 2006, que o acusavam igualmente de corrupção. Vive no exílio desde então, para não cumprir uma pena de dois anos de cadeia por corrupção.

Prayuth Chan-och, o actual primeiro-ministro, que chegou ao poder em 2014, quando o governo de Shinawatra foi derrubado pelo exército, informou que todas as estradas estão a ser controladas. Durante o julgamento, Yingluck Shinawatra só podia deixar o país com autorização judicial. Os seus últimos pedidos, para discursar em Bruxelas a convite dos deputados ao Parlamento Europeu, foram rejeitados, escreve a AFP. 

Yingluck Shinawatra incorre numa pena de dez anos de prisão e pode ser banida de cargos políticos de forma permanente. O julgamento começou a Janeiro de 2016 em Banguecoque e a sentença seria lida esta sexta-feira. O tribunal adiou a leitura do veredicto para 27 de Setembro.

Milhares de apoiantes de Yingluck Shinawatra estiveram concentrados à porta do Supremo Tribunal nesta sexta-feira, segundo a AFP.

 

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