A23 cortada devido a incêndio que cerca aldeia de Castelo Novo, no Fundão

Alerta laranja mantém-se em todos os distritos do Continente devido às previsões meteorológicas para os próximos dias. Ao final da tarde, havia seis grandes fogos activos.

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Mario Lopes Pereira

A autoestrada da Beira Interior (A23) foi cortada esta segunda-feira às 19h05, entre o Fundão Sul e o nó da Lardosa, distrito de Castelo Branco, devido ao incêndio que lavra naquela zona e que já está a entrar na aldeia histórica de Castelo Novo. “O fogo rodeou a aldeia e já temos zonas da aldeia a arder”, descreveu o presidente da Câmara Municipal, Paulo Fernandes. O autarca apelou às autoridades nacionais para que reforçassem os meios, sublinhando que o fogo "está completamente descontrolado".

As pessoas estão a ser retiradas das casas e a ser concentradas no centro da aldeia, já que “não estão reunidas as condições de segurança” para evacuar a aldeia histórica, segundo Paulo Fernandes. Quanto ao encerramento da A23, não havia previsão quanto à sua reabertura, adiantou fonte da Scutvias, a concessionária da A23.

Este fogo começou na localidade de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, às 01h27 de domingo, e progrediu para o concelho do Fundão, mantendo-se fortemente activo durante o dia de segunda-feira, e tendo já passado por várias freguesias da encosta da Serra da Gardunha.

A adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, não confirmou que a população de Castelo Novo estivesse a ser retirada, como tinha avançado a Sic Notícias, mas admitiu que está a ser avaliada a eventual necessidade de evacuar algumas localidades, sobretudo no incêndio que lavra no concelho de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco. 

Castelo Novo também é uma “das aldeias identificadas para uma eventual evacuação”, mas, neste momento, os operacionais no local ainda não deram indicação para que as pessoas sejam retiradas, frisou. “Em muitos casos o fogo é combatido quando está nas proximidades da aldeia, sem colocar as pessoas em risco, pelo que não é necessária a sua retirada. Vamos esperar e ver como prossegue”, explicou ao PÚBLICO.

Admitindo que é “possível" que estas pessoas estejam a ser retiradas de suas casas e concentradas no centro da aldeia, por ser uma “técnica habitual, a que se tem recorrido neste tipo de situações” em que o fogo rodeia pequenas aldeias, Patrícia Gaspar disse que habitualmente "é suficiente levar as pessoas para um local seguro e esperar a passagem do incêndio”.

Desde as 0h00 desta segunda-feira, a ANPC registou 121 incêndios florestais, a maior parte dos quais estavam dominados ao final da tarde, mas havia grandes fogos activos a preocupar as autoridades. No segundo briefing desta segunda-feira, a que continuam activados seis planos de emergência, um distrital e cinco municipais, e que as previsões meteorológicas para os próximos dias obrigam a manter o estado de alerta para o dispositivo especial de combate a incêndios florestais no seu nível laranja, em todos os distritos do Continente.

As previsões indicam que nos próximos dias vão continuar as temperaturas altas, sobretudo no interior do país, além do vento forte e humidades relativas muito baixas, justificou. Com este cenário meteorológico, "todo o cuidado é pouco", reforçou.

A responsável da ANPC destacou os fogos no distrito de Santarém, nos concelhos de Ferreira do Zêzere e de Abrantes. Em Castelo Branco, além do de Castelo Novo, continuava a ser combatido o de Vila de Rei, e havia mais dois a ser combatidos, um em Bragança (concelho de Macedo de Cavaleiros) e outro em Vila Real (concelho de Santa Marta de Penaguião).

A adjunta de operações da Protecção Civil indicou ainda que todos os reforços de combate aos incêndios florestais se mantêm no terreno, com o auxílio de “24 máquinas de rasto a trabalhar nos diversos teatros de operações em curso” e com o apoio de 620 militares da Marinha, Exército e Força Aérea.

Os principais incêndios que deflagraram em Portugal continental desde quarta-feira provocaram até já um total de 48 feridos, dos quais três são graves, dois bombeiros e uma mulher, disse Patrícia Gaspar. A maior parte dos feridos leves são também bombeiros (28).<_o3a_p>

 

 

 

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