Putin perdoa penas de prisão a duas condenadas por traição

Duas mulheres estavam a cumprir pena por mandarem SMS a cidadãos da Geórgia, antes da guerra de 2008 com a Rússia. Presidente já fizera o mesmo em Março a outra condenada.

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Reuters/LEHTIKUVA

O Presidente russo perdoou o resto da pena de prisão a duas mulheres que foram condenadas por enviarem mensagens a cidadãos da Geórgia com informações sobre o movimento de equipamento e forças militares russas pouco tempo antes do início da guerra em 2008. Vladimir Putin repete assim o gesto que tivera já em Março num caso muito idêntico.

Duas ordens do Kremlin tornadas públicas este sábado anunciam que Annik Kesyan e Marina Dzhandzhgava não terão de cumprir o resto das penas de prisão a que foram condenadas. A Presidência russa alega que na base da decisão estiveram princípios humanitários.

Annik Kesyan e Marina Dzhandzhgava foram consideradas culpadas de traição por enviarem mensagens de texto sobre o movimento de equipamento militar russo perto da fronteira com a região separatista da Geórgia, na Abcásia, pouco antes do estalar do conflito, no Verão de 2008. A guerra dos cinco dias opôs as forças da Geórgia aos separatistas da Ossétia do Sul e da Abcásia, apoiados pelo exército russo.

Enquanto Annik Kesyan foi condenada a oito anos de prisão, Marina Dzhandzhgava tinha recebido uma pena de 12 anos. Segundo informação da associação de advogados, sediada em São Petersburgo, Team 29, citada pela Reuters, já em Março Vladimir Putin tinha perdoado a pena a uma terceira mulher, Oksana Sevastidi, que fora condenada por traição por enviar uma mensagem a um georgiano sobre um comboio que transportava equipamento militar russo. Os movimentos de direitos humanos têm denunciado e criticado as sentenças contra mulheres sob acusações deste género.

A associação Team 29 descreveu na sua página o caso destas mulheres e contou que, em Abril de 2008, Annik Kesyan enviou uma mensagem a um amigo na Geórgia dizendo “Sim, eles estão a mover-se”, como resposta a uma pergunta sobre se os tanques russos estavam a movimentar-se em Sochi. O caso de Marina Dzhandzhgava é semelhante ao de Oksana Sevastidi: foi acusada de traição por escrever a um conhecido seu georgiano sobre um comboio com tropas russas.

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