Candidatos da CDU na Grande Lisboa criticam “modelo de concentração” do Metro

Candidatos da CDU falam da expansão do Metropolitano de Lisboa como "uma opção estratégica que não corresponde às necessidades de longo prazo". Loures vai lançar uma petição pública para sensibilizar o Governo.

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Enric Vives-Rubio

Os candidatos da CDU à presidência das Câmaras Municipais de Lisboa, Loures, Odivelas e Amadora disseram, esta terça-feira, estar com "preocupações reforçadas" em relação à expansão do Metropolitano, após uma reunião com a administração da empresa. O Governo garantiu, no início de Maio, que a rede vai crescer com as novas estações da Estrela e Santos. A expansão para Campo de Ourique e Amoreiras é a prioridade que se segue, quando houver financiamento.

"Saímos daqui com a ideia de que a solução relativamente à expansão da rede do Metropolitano, que está a ser agora proposta, está insuficientemente reflectida, debatida e fundamentada", afirmou o candidato da CDU a Lisboa, João Ferreira, que falava à agência Lusa junto às instalações da empresa, em Carnide.

O também vereador comunista no executivo municipal assinalou ainda a "preocupação reforçada relativamente [...] à intenção de concentrar meios numa linha circular que vai servir, fundamentalmente, as linhas centrais e o turismo, em detrimento do que são as necessidades de mobilidade da população de Lisboa e dos concelhos vizinhos e dos trabalhadores", que têm de se deslocar.

Além de João Ferreira, a delegação da CDU era composta pelos candidatos Paínho Ferreira (Odivelas) e Amável Alves (Amadora). Em representação do candidato Bernardino Soares (Loures) estava o vice-presidente deste município, Paulo Piteira.

Também falando à Lusa, Paínho Ferreira sustentou que "o modelo geral que está subjacente é um modelo de concentração na grande cidade de Lisboa, em detrimento da construção de uma área metropolitana com diversos núcleos que contrariem [...] os movimentos pendulares".

"É uma opção estratégica que não corresponde às necessidades de longo prazo", notou, falando também no problema da falta de estacionamento junto à estação de Odivelas, que causa o "caos completo" nas imediações.

Por seu lado, Amável Alves, candidato à Câmara da Amadora, falou do "actual problema da redução das carruagens nas horas de ponta da manhã para a Reboleira", devido à opção do Metro de fazer destinos alternados.

Segundo o também funcionário da empresa, esta situação "deixa as populações com muito intervalo entre comboios e desincentiva-as a utilizar este meio de transporte".

Ainda para mais, são "populações que só há pouco tempo tiveram o Metropolitano", notou, aludindo à inauguração da estação da Reboleira, que só aconteceu em Abril de 2016, após vários anos de espera.

No caso de Loures, o único destes concelhos que ainda não está servido pelo Metro, a empresa "não tem plano de expansão" à zona ocidental, nomeadamente a Santo António de Cavaleiros, nem à zona oriental, como Portela e Sacavém, salientou o vice-presidente deste município, Paulo Piteira.

"Tratam-se de antigas reivindicações do município de Loures, da CDU, que seriam capazes de evitar o uso do transporte individual por parte de dezenas de milhares de cidadãos", referiu.

Paulo Piteira adiantou que, em Junho, esta autarquia vai lançar uma petição pública para sensibilizar o Governo.

Além do alargamento da rede, os candidatos abordaram problemas como a falta de recursos humanos e de equipamentos, assim como a necessidade de reverter o aumento dos preços dos últimos anos.

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