Uber ameaça despedir engenheiro acusado de roubar documentos confidenciais

A investigação sobre o engenheiro da Uber abre agora um confronto entre a empresa e a Waymo.

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Reuters/TYRONE SIU

A Uber ameaçou demitir o seu engenheiro de veículos autónomos, caso não devolva os documentos confidenciais que alegadamente roubou e que continham segredos comerciais de alto nível entre a Uber e a unidade Waymo, da Alphabet. A notícia foi avançada pela Reuters, que teve acesso ao processo

A Waymo, que trabalha com carros autónomos, processou a empresa de serviços Uber Technologies, alegando que o ex-executivo Anthony Levandowski descarregou mais de 14 mil documentos confidenciais antes de deixar a unidade, para se juntar posteriormente à Uber.

Na quinta-feira, os advogados do engenheiro da Uber disseram que a empresa tinha exigido a Levandowski que devolvesse os documentos do Waymo ou poderia ser despedido.

O juiz distrital dos Estados Unidos, William Alsup, em São Francisco, ordenou à Uber que mantenha o engenheiro afastado do trabalho para evitar que ele e todos os outros funcionários usem os materiais e os devolvam à Waymo até 31 de Maio.

Os advogados pediram ao juiz para modificar a sua ordem para que a Uber não seja obrigada a demitir o profissional, se o engenheiro afirmar os seus direitos constitucionais contra a auto-incriminação e se recusar a devolver os documentos.

Levandowski deixou o Waymo em Janeiro de 2016 e iniciou o projecto Otto, uma start up de camiões autónomos que a Uber comprou por 680 milhões de dólares, em Agosto. O engenheiro tinha até ao mês passado para fazer um carro autónomo para a Uber, antes de deixar de lado as suas responsabilidades, enquanto aguardava pelo processo judicial.

A Uber não negou que Levandowski teve acesso aos documentos da Waymo, mas alega não ter utilizado nenhuma tecnologia Waymo nos seus carros. O juiz responsável pelo caso diz que "poucos" dos alegados segredos comerciais da Waymo foram atribuídos à tecnologia da Uber e que as reivindicações de patente da empresa contra a Uber provam ser desmerecidas.

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