Suspeito do ataque em São Petersburgo será cidadão russo nascido no Quirguistão

País asiático é um aliado próximo da Rússia. Explosão causou a morte a 14 pessoas.

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Vladimir Putin deposita flores junto à estação de metro atacada em homenagem às 11 vítimas mortais LUSA/MIKHAIL KLIMENTYEV/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O provável suspeito do ataque em São Petersburgo é um cidadão russo nascido no Quirguistão, confirmaram os serviços de informação quirguizes e russos nesta terça-feira. Os investigadores russos revelaram que o autor morreu durante o ataque.

"Foi averiguado que um aparelho explosivo pode ter sido detonado por um homem, cujos restos mortais foram encontrados na terceira carruagem do comboio", informou a Comissão de Investigação, através de um comunicado citado pela Reuters.

Um porta-voz da agência de segurança GKNB, do Quirguistão, identificou o suspeito como sendo Akbarzhon Jalilov, nascido na cidade de Osh em 1995. A Comissão de Investigação confirmou, horas mais tarde, o nome e a nacionalidade do suspeito. Jalilov terá também deixado uma mala com o explosivo na estação de metro da Praça Vosstaniia, que acabou por não explodir.

O Quirguistão, uma ex-república soviética da Ásia Central com uma população predominante muçulmana de seis milhões de habitantes, é um dos aliados mais próximos da Rússia e alberga uma base aérea russa. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse que o atentado "mostra uma vez mais a importância de intensificar os esforços conjuntos no combate" ao terrorismo, ao lado do seu homólogo quirguize, Erlan Abdildaiev. O ataque não foi, porém, ainda reivindicado por qualquer grupo terrorista.

A explosão de segunda-feira no metro de São Petersburgo matou 14 pessoas e feriu outras 45, quando seguiam a bordo de um comboio entre as estações da Praça Sennaia e o Instituto Tecnológico. Um segundo explosivo foi encontrado intacto noutra estação, mas a polícia conseguiu desactivá-lo. De acordo com a agência Interfax, este dispositivo originaria uma explosão ainda mais potente do que a primeira. A Comissão de Investigação, uma agência poderosa que responde directamente ao Presidente Vladimir Putin, está a tratar a explosão como um “acto de terrorismo”.

Ainda na segunda-feira, as autoridades russas tinham identificado o autor do ataque como um homem de 23 anos de idade, que teria ligações com grupos extremistas islâmicos que foram banidos da Rússia. Um segundo homem teria sido identificado como suspeito através das câmaras de vigilância. No entanto, o indivíduo entregou-se às autoridades, garantindo ser inocente.

Esta terça-feira, uma ameaça de bomba obrigou ao encerramento da estação de metro da Praça Sennaia, onde se deu a explosão do dia anterior. Porém, de acordo com a imprensa local, nada foi encontrado no local.

No momento do ataque, o Presidente russo estava reunido com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, na cidade de Strelna, próximo de São Petersburgo. Deslocou-se ao local do ataque no final do dia onde prestou homenagem às vítimas. O país cumprirá três dias de luto nacional.

A Rússia tornou-se um dos potenciais alvos do Daesh desde que iniciou uma intervenção militar directa no conflito sírio — em Setembro de 2015 —, onde apoia as forças leais ao Presidente Bashar al-Assad.

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