Vinte pessoas foram assassinadas à facada e à bastonada pelo guardião de um templo sufista na região paquistanesa do Punjab. O crime aconteceu na manhã deste domingo numa mesquita nos arredores de cidade de Sargodha.  

O guardião do templo, Abdul Waheed, tinha convocado os fiéis para comparecerem na mesquita. Depois, tê-los-á atacado com a ajuda de vários cúmplices, refere um responsável local, Liaqat Ali Chattha. “Conforme foram chegando, foram sendo torturados e assassinados”, disse Chattha ao canal televisivo Geo TV.

Quatro outras pessoas ficaram feridas no ataque e três delas estão internadas em estado crítico, escreve a CNN.

Segundo Chattha, o guardião de 50 anos drogou as vítimas e despiu-as, antes de as espancar e matar. Dois homens e duas mulheres conseguiram fugir e alertar as autoridades.

Waheed foi detido, juntamente com quatro suspeitos. Durante o interrogatório, o religioso confessou o crime, justificando que as vítimas o queriam matar. “Waheed contou à polícia que matou aquelas pessoas porque elas o tinham tentado matar, por envenenamento, e agora estariam ali novamente para o tentar matar”, disse o chefe da polícia local Zulfiqar Hameed à Reuters. A investigação continua em curso.

“O suspeito aparenta estar num estado paranóico e psicótico”, explica Zulfiqar Hameed à AFP, considerando que o ataque também “poderá estar relacionado com uma rivalidade que existe em relação ao controlo da mesquita”.

O sufismo, corrente mística do islão, é considerado herético por alguns grupos islamitas radicais, como os taliban e o Daesh. Estima-se que existam milhões de sufistas no Paquistão, ainda que, recentemente, haja quem enverede por versões mais conservadoras desta corrente.

Presente no Paquistão há centenas de anos, o sufismo tem sido alvo de ataques violentos em tempos recentes. Em Fevereiro, um bombista suicida fez-se explodir num mausoléu sufista, provocando a morte a mais de 80 pessoas e ferindo mais de 250. O ataque foi reivindicado pelo Daesh.

Também em Novembro do ano passado, um outro atentado bombista – igualmente reivindicado pelo Daesh – causou mais de 50 mortos e cem feridos, enquanto decorriam cerimónias sufistas.