A administração de Donal Trump pediu, na sexta-feira, a demissão de 46 procuradores. A decisão foi comunicada pelo procurador-geral Jeff Sessions, já nomeado pelo novo presidente norte-americano, e apanhou de surpresa os visados que, garantem, não receberam nenhum aviso prévio.

Os 93 procuradores federais são uma escolha política e normalmente são substituídos quando um novo Presidente toma posse. Com o início de mandato de Donald Trump, 47 já tinham sido afastados e com a decisão agora conhecida os restantes 46 também deixam o cargo. Mas se o afastamento com a mudança de Presidente é normal, a forma como a decisão foi anunciada foi mais inusitada.

O Departamento de Justiça anunciou as demissões durante a tarde e muitos promotores não foram formalmente notificados ou contactados antes de serem demitidos, de acordo com uma fonte anónima citada pela CNN.

Segundo a mesma cadeia de televisão norte americana, a vice-procuradora-adjunta Dana Boente tinha começado a chamar cada procurador individualmente para lhes comunicar a decisão, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos emitiu um comunicado para a imprensa a anunciar as demissões.

Muitos procuradores acabaram por saber pela comunicação social ou pelas redes sociais que teriam de resignar aos cargos. “Isto não poderia ter sido feito de pior forma”, comentou à CNN outra fonte.

Citada pela CNN, a porta-voz do Departamento de Justiça, Sarah Isgur Flores desdramatiza a situação, lembrando que, tal como aconteceu em transições anteriores, muitos dos procurados nomeados pela administração anterior já deixaram os cargos. “O procurador-geral pediu aos restantes 46 procuradores nomeados pela presidência para apresentarem suas demissões, a fim de garantir uma transição uniforme", acrescentou.