Militantes do PS de Alcobaça querem primárias para escolha do candidato autárquico

Há um abaixo-assinado a circular no concelho que será entregue ao líder da estrutura concelhia para desencadear o processo

Foto
Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, diz-se favorável a primárias, mas que não houve nenhum pedido formal. Nelson Garrido

Um grupo de militantes do PS da concelhia de Alcobaça reclama que a realização de eleições primárias abertas a simpatizantes para a escolha do cabeça de lista do partido à presidência da autarquia local nas eleições locais deste ano.

Num abaixo-assinado que começou a circular no início do mês de Fevereiro, os subscritores do texto consideram que o “processo deve ser o mais aberto, transparente e participado possível, alargando essa decisão à base social de apoio do partido, o que só contribuirá para reforçar a legitimidade e a representatividade dessa escolha, em linha com a vontade do eleitorado que, em última análise, será soberano nesta eleição”.

No documento, os militantes solicitam que o presidente da comissão política concelhia do partido convoque uma reunião deste órgão com o propósito de analisar e debater o processo autárquico em Alcobaça.

A “realização sistemática de eleições primárias para todos os cargos” consta da moção de estratégia global, denominada Resgatar a Democracia, apresentada no último congresso do PS por Daniel Adrião, que apresentou uma proposta de alteração estatutária.

Luís Guerra Rosa, que faz parte do Movimento Resgatar a Democracia, disse ao PÚBLICO que os subscritores do abaixo-assinando “não são fundamentalistas apenas entendem que quando não há consenso é preferível que haja eleições primárias do que o candidato seja escolhido apenas por um grupo restrito de pessoas”.

“A nós não nos repugna que em muitas concelhias os candidatos às câmaras não tenham sido escolhidos através de primárias, mas nos casos em há divergências a solução deve passar pelas primárias, a exemplo do que aconteceu com a eleição do próprio secretário-geral do PS”, afirma Guerra Rosa.

Segundo declarações recentes ao PÚBLICO da secretária-geral-adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, “não houve nenhum pedido de nenhuma estrutura do partido” com vista a eleições primárias. A número dois do PS sublinha a sua simpatia por este método de escolha de candidatos, que foi estreado pelo partido em 2014 para a escolha do secretário-geral, em que confrontaram o então líder socialista, António José Seguro, e o candidato ao cargo, António, que saiu vencedor deste combate.

“Sou a favor das primárias. A sua realização em 2014 foi positiva para a dinamização do PS e para o contacto com dos cidadãos com os partidos políticos. Essas primárias engrandeceram a democracia”, defende Ana Catarina Mendes.

A direcção nacional do PS entende que é preciso que o processo de primárias seja solicitado pelas estruturas do partido para que a nível o processo seja desencadeado pela comissão política.

 

Sugerir correcção
Comentar