Alegre: Assis "tem o direito de emitir a sua opinião"

Começam a aparecer algumas vozes discordantes no PS. Agora foi Manuel Alegre a defender o eurodeputado Francisco Assis dizendo que no PS há "liberdade de expressão".

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Pedro Elias

De dois intervenientes passaram a três. Manuel Alegre saiu em defesa de Francisco Assis na querela que o eurodeputado manteve esta semana com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, sobre as consequências de um possível chumbo da descida da TSU. Há um foco de discórdia no PS.

"Assis tem o direito de emitir a sua opinião e de defender as suas ideias, porque o PS sempre foi a favor da liberdade de expressão", disse o histórico socialista em declarações ao Diário de Notícias. Manuel Alegre não gostou de ouvir as respostas do governante à posição assumida por Francisco Assis num artigo de opinião no PÚBLICO de que tendo em conta o impasse criado por esta situação, a única solução possível seria a convocação de eleições antecipadas.

Manuel Alegre defendeu sobretudo o direito de Francisco Assis dar a sua opinião, mas garante que não concorda "com as posições de Francisco Assis nem com a sua proposta de realização de eleições antecipadas", até porque, diz, sempre defendeu "convergências à esquerda" e "uma solução deste tipo".

Tudo começou com um artigo de Francisco Assis no PÚBLICO e uma entrevista à Antena 1 onde falava da inevitabilidade de eleições antecipadas provocadas pela crise da Taxa Social Única. A este artigo seguiu-se uma intensa troca de declarações durante a semana que passou com Pedro Nuno Santos a desafiar o eurodeputado a dizer o que pensa em congresso do partido.

Mas Assis não se manteve calado. Primeiro, em novas declarações ao PÚBLICO voltou a insistir que a solução "é irresolúvel" e que a resposta de Pedro Nuno Santos faz parte daqueles sectores do PS "que se deixaram colonizar mentalmente pelo BE nos últimos anos". No mesmo artigo, o governante defendia-se ao PÚBLICO lamentando os "insultos" de Assis e explicando as posições do Governo: "Não entende que o PS fez uma escolha consciente [de governar com a esquerda] e não quis apenas impedir a direita de governar. O PS quis uma solução de Governo que permita fazer coisas que com a direita não seria possível, como devolver rendimentos ou aumentar as pensões".

Mas a troca de declarações não ficava por aqui. Já este sábado ao Expresso, Assis acrescentava: "[A reacção de Pedro Nuno Santos está] ao nível de um apparatchik de segunda categoria". 

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