Morreu Peter Sarstedt, que cantou Where do you go to my lovely

Wes Anderson lembrou-se dele para a banda sonora de Darjeeling Limited e da curta Hotel Chevalier. O músico de 75 anos sofria de uma rara doença degenerativa e tinha-se retirado dos palcos em 2010.

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O nome, Peter Sarstedt, não dirá muito a muita gente, mas a canção que o tornou mundialmente famoso sim: Where do you go to my lovely, que em 1969 chegou ao primeiro lugar das tabelas em Inglaterra e lhe deu o prémio Ivor Novello ex-aequo com David Bowie (por Space oddity), foi seguramente o maior sucesso de uma carreira de 50 anos que em parte já tinha terminado em 2010, quando o músico se retirou dos palcos devido à rara doença degenerativa de que sofria, uma paralisia supranuclear progressiva. Este domingo, foi a sua vida que chegou ao fim, aos 75 anos, anunciou a família.

Nascido a 10 de Dezembro de 1941 em Nova Deli, na Índia, então ainda parte do Império Britânico, Peter Sarstedt lançou 14 álbuns, o último dos quais, Restless Heart, já depois de diagnosticada a doença. Tal como os pais, teve formação musical enquanto crescia, no estado indiano do Darjeeling, onde a família tinha uma plantação de chá; também os irmãos, Eden Kane (nome artístico de Richard Graham) e Clive Sands (nome artístico de Robin Graham) se tornaram famosos como músicos, já na década de 1960, de regresso a Inglaterra.

Bastante esquecido nos últimos anos, Peter Sarstedt viria a ter um inesperado comeback em 2007, quando o cineasta norte-americano Wes Anderson incluiu Where do you go to my lovely na banda-sonora de Darjeeling Limited, a sua muito particular incursão na Índia em que o músico cresceu, e na curta-metragem que a precedia, Hotel Chevalier.

Embora tenha tido outro sucesso de vendas com Frozen orange juice, também de 1969, Where do you go to my lovely foi definitivamente a sua canção mais popular, e também a mais lucrativa: de acordo com o diário britânico The Telegraph, em 1998 continuava a receber cerca de 60 mil libras por ano (cerca de 70 mil euros) só em direitos de autor relativos a esse tema.

Compô-lo em 1966, assim explicava no seu homónimo álbum de estreia, para uma rapariga que conhecera um ano antes em Viena e pela qual se apaixonara "loucamente": "O futuro parecia radioso para nós até que, no Verão de 1965, ela morreu tragicamente num incêndio num hotel. Demorei um ano a restabelecer-me e dei por mim em Copenhaga à espera dela."

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