Novos passes com descontos na Carris só em Fevereiro

Fernando Medina diz que o novo tarifário para idosos e crianças até 12 anos estará em vigor no segundo mês do ano.

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As medidas entrariam em vigor a 1 de Janeiro, contudo os passes com descontos ainda não estão disponíveis Bruno Lisita/arquivo

Os passes gratuitos da Carris para crianças até aos 12 anos e os passes com descontos para idosos só serão uma realidade a 1 de Fevereiro do próximo ano, revelou nesta quinta-feira Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Depois de a TSF ter noticiado que os novos passes estavam atrasados e de o vereador do CDS na autarquia lisboeta ter criticado o atraso, Fernando Medina veio afirmar que “por questões técnicas” os novos tarifários só entram  em vigor em Fevereiro e sublinhou que nunca nunca se tinha comprometido com a data de 1 de Janeiro mas sim com “o início do ano”. 

“Anunciei que as medidas entrariam em vigor no início do ano e, por questões técnicas, os nossos tarifários entram em vigor no dia 1 de Fevereiro. Foi a adaptação do sistema para essas medidas entrarem, como outras medidas que irão entrando em vigor ao longo dos três anos de desenvolvimento da operação", declarou o autarca à TSF.

No final do mês de Novembro, o Governo e a Câmara de Lisboa (CML) assinaram um memorando da passagem de gestão da Carris para a autarquia. Esta transição foi acompanhada do anúncio de medidas adicionais ao serviço actual da empresa de transportes. Desde o reforço de 250 novos autocarros nos próximos três anos para a cidade à contratação de 220 motoristas, passando ainda pela atribuição de passes gratuitos a todas as crianças até aos 12 anos e descontos para os idosos.

O Governo e autarquia apontaram 1 de Janeiro como o dia em que a câmara assumiria a gestão da Carris, mas fonte da autarquia admitiu à agência Lusa que pode ocorrer um atraso devido aos trâmites legais que estão a decorrer

A transferência da empresa de transportes para a Câmara de Lisboa só será concretizada depois da promulgação pelo Presidente da República, o que ainda não aconteceu. 

Em declarações à TSF, João Gonçalves Pereira, vereador do CDS-PP na CML, acusa Fernando Medina, presidente da autarquia lisboeta, de realizar uma “sessão de propaganda” que prometia “um mundo novo em Lisboa no domínio dos transportes públicos”, referindo que não sabe quando as medidas vão para a frente nem como serão pagas.

“O que se vai constatar é que houve uma patranha da parte do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa Fernando Medina apadrinhada pelo primeiro-ministro, António Costa”, acrescentou o vereador à rádio.

Fernando Medina respondeu às declarações de João Gonçalves Pereira, acusando-o de ter “memória curta” e afirmando que o CDS “foi cúmplice numa política de tentativa de destruição dos transportes de Lisboa em que a Carris perdeu um terço da sua oferta”, referiu à TSF.

A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos de Lisboa questiona a capacidade da autarquia na gestão da empresa, falando ainda de aumentos de tarifa não justificados devido à degradação crescente dos serviços do Metro e da Carris, cuja contestação em tempo útil não aconteceu devido ao período (meados de Dezembro) em que foram anunciadas as alterações.

Notícia actualizada às 11h07 com as declarações de Fernando Medina

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