O químico Sebastião Formosinho Simões, professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, morreu esta segunda-feira, disse à agência Lusa a reitoria da Universidade de Coimbra.

O corpo de Sebastião Formosinho Sanches está, desde segunda-feira à tarde, na Capela da Universidade de Coimbra, de onde sairá nesta terça-feira o funeral para o Cemitério dos Olivais, em Coimbra, após celebrações religiosas pelas 14h30.

Natural de Oeiras, onde nasceu há 73 anos, Sebastião José Formosinho Simões foi secretário de Estado do Ensino Superior (1980-81) e presidente da Sociedade Portuguesa de Química, entre outros cargos. Na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), onde se licenciou e foi professor, depois de ter feito o doutoramento em Londres, desempenhou, designadamente, os cargos de presidente dos conselhos científico e directivo do Departamento de Química. Presidiu à Comissão Científica Independente, que estudou a co-incineração de resíduos industriais perigosos em Portugal, uma questão que suscitou polémica no início deste século. Tinha dado a sua última lição em Setembro de 2013, no Departamento de Química da sua universidade.

Tem uma vasta obra, tanto em artigos científicos como manuais para os ensinos básico, secundário e superior e, ainda, livros de cariz diversificado (co-editou três livros internacionais e dois nacionais e é autor de 28 livros que se repartem pelas áreas da química, da sociologia das ciências, dos resíduos químicos perigosos e, ainda, sobre as relações entre ciência e religião), como lembra o blogue De Rerum Natura. Tinha registado três patentes internacionais. “É uma grande perda para a pedagogia, a ciência, a tecnologia, a história da ciência, a sociologia da ciência, filosofia da religião e empreendedorismo”, escreveu no blogue Carlos Fiolhais, divulgador de ciência e professor de física na Universidade de Coimbra.

“Além de um notável académico, era uma pessoa muito acessível, genuína e de trato fácil”, afirma também em comunicado o director da FCTUC, Luís Neves. Sebastião Formosinho Simões deixa não apenas “uma memória que perdurará nos anais da Universidade de Coimbra, mas também uma grande saudade aos membros da comunidade académica que com ele tiveram o privilégio de conviver”.