Vestígios de explosivos no avião da EgyptAir, diz investigador

Restos encontrados em vítimas. Aparelho caiu no Egeu, em Maio. Morreram 66 pessoas, incluindo um português.

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Restos do aparelho Airbus A320 da Egyptair, recuperado das águas do Egeu, onde caiu em Maio AFP

Os investigadores encarregados de estudar a queda do avião Airbus A320 da Egyptair, a 19 de Maio de 2016, descobriram vestígios de explosivos em algumas das vítimas, segundo fontes egípcias não identificadas citadas pela BBC. O ministro egípcio que tutela a aviação declarou que, à luz destes factos, se pode avançar para uma investigação criminal “caso se torne claro para os investigadores de que existem suspeitas de crime por detrás deste acidente”.

O voo MS804, partiu de Paris rumo ao Cairo, com 66 pessoas a bordo, incluindo um cidadão português. Nunca chegou ao destino final, caindo nas águas do Egeu, entre a ilha de Creta e a costa norte do Egipto. Não há sobreviventes.

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Em Setembro, o diário Le Figaro já tinha noticiado que investigadores do lado francês haviam detectado vestígios de TNT em destroços do avião, que foram encontrados dentro das primeiras 24 horas após a queda no mar. O mesmo jornal adiantava que estes investigadores teriam sido impedidos de prosseguir com o seu trabalho, alegações sempre refutadas pelas autoridades egípcias.

As caixas negras do aparelho foram encontradas, em dois dias diferentes, mas até agora nenhuma explicação foi dada sobre as razões do desastre. Da cabina de voo não partiu nenhum pedido de socorro, mas as gravações de voz sugerem que os pilotos combateram um fogo. Além disso, há registo de o alarme de dois detectores de fumo, em zonas diferentes do avião, terem disparado, antes de o aparelho desaparecer dos radares: numa casa de banho e numa outra zona situada por debaixo do cockpit.

Segundo a BBC, alguns destroços apresentavam danos provocados por elevadas temperaturas e na parte da frente do aparelho, retirado das águas, havia áreas queimadas e fuligem. Até agora, ninguém reclamou um eventual ataque ao aparelho, que estava a aproximar-se do seu destino quando, pouco depois de o piloto ter respondido aos controladores aéreos da Grécia de forma aparentemente bem-disposta, foi sacudido por duas mudanças bruscas de direcção e mergulhou cerca de sete quilómetros antes de desaparecer dos radares.

Do lado francês não houve qualquer reacção à notícia de que teriam sido encontrados vestígios de explosivos, acrescenta aquela cadeia britânica. A Airbus também não comentou.

Cinco dias após a tragédia, fontes da equipa forense que pegou no caso disseram que havia indícios de uma explosão a bordo, acautelando contudo que ainda não tinham sido detectados explosivos. Horas depois, o chefe do departamento de Medicina Legal, Hisham Abdul Hamid, negou a existência de quaisquer indícios que apontem para uma explosão. "Tudo o que foi publicado sobre este assunto é falso", disse nessa ocasião.

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