Encontrados destroços do avião da EgyptAir

Informação foi confirmada pelo Egipto e pela Grécia. Equipas encontraram dois assentos e uma mala.

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Foi também encontrado uma parte de um corpo AFP/Ministério da Defesa do Egipto

As equipas envolvidas nas buscas do avião da EgyptAir que se despenhou no mar Mediterrâneo encontraram destroços a flutuar, incluindo dois assentos e pelo menos uma mala. As autoridades egípcias e gregas dizem que foram também encontrados restos de um corpo.

A informação foi avançada pelo porta-voz das forças armadas do Egipto e confirmada pelo ministro da Defesa da Grécia, Panos Kammenos.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla original) fez saber, também esta sexta-feira, que um dos seus satélites detectou algo compatível com uma mancha de óleo na região onde se acredita que o avião se despenhou.

"Desde que o avião desapareceu, a Agência Especial Europeia tem escrutinado os dados de satélite para ver se encontra algo que indique a existência de destroços ou manchas de óleo no mar", lê-se no comunicado da ESA.

A agência salienta, contudo, que "não há nenhuma garantia" de que a mancha de óleo – ou aquilo que se acredita ser uma mancha de óleo – é do Airbus A320 da EgyptAir.

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As operações centram-se agora na busca das caixas negras do avião, que podem vir a dar indicações sobre o que causou a queda do aparelho na madrugada de quinta-feira, quando estava prestes a chegar ao Cairo depois de ter descolado de Paris.

Ao fim da tarde de quinta-feira foi avançado que as equipas avistaram destroços, incluindo dois coletes salva-vidas, mas depois de uma inspecção verificou-se que não pertenciam ao Airbus A320 da Egypt Air, que se despenhou com 66 pessoas a bordo, entre as quais um cidadão português.

Não há qualquer indicação sobre as causas da queda do aparelho, mas o ministro da Aviação Civil egípcio admitiu que a tese de uma explosão a bordo é "mais provável" do que uma falha técnica.

Nos últimos momentos do voo, as autoridades da Grécia registaram uma mudança na direcção do aparelho de 90 graus para a esquerda seguida de uma outra mudança brusca de 360 graus para a direita, antes de o avião mergulhar dos cerca de 11 quilómetros de altitude até desaparecer dos radares.

Apesar das especulações, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, frisou que "não há absolutamente nenhuma indicação" sobre o que causou a queda do avião.

O jornalista da BBC Richard Westcott, especialista em transportes, disse que se mantém o padrão dos dias seguintes a um acidente aéreo sem respostas imediatas: "Coisas aparentemente mal explicadas, rumores e teorias da conspiração."

"Por exemplo, a alegação do governo grego de que o avião fez manobras bruscas e caiu a pique. Isso sugere que houve uma luta na cabina? Um especialista em acidentes aéreos disse-me que pode significar qualquer coisa. Pode indicar que os pilotos estavam a tentar controlar um avião partido, mas não explica as causas", escreveu Westcott.

"Foi uma bomba ou uma catástrofe mecânica? Os radares podem também simplesmente ter detectado segmentos enormes de um avião que já se tinham separado durante o voo. Outro especialista em segurança disse-me que, se foi obra de um grupo terrorista, isso não significa que o atentado já deveria ter sido reivindicado", concluiu.

Segundo a BBC, as autoridades francesas estão a investigar possíveis falhas de segurança no aeroporto Charles de Gaulle, de onde o voo MS804 partiu, na noite de quarta-feira.

A estação britânica avança que alguns funcionários do aeroporto parisiense viram as suas autorizações de segurança revogadas depois dos ataques de Novembro de 2015, que fizeram 130 mortos e 368 feridos – a explicação, segundo o advogado de alguns deles, Eric Moutet, é que as autoridades desconfiam de que possam ter sido abordados por extremistas islâmicos.

"Isso é claro. Há pessoas que estão a ser radicalizadas em alguns sindicatos e outros grupos. As autoridades têm o seu trabalho limitado devido a este problema", disse o advogado.

 

 

 

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