François Bayrou ameaça candidatar-se ao Eliseu se Fillon ganhar

Centrista classifica como “perigosas” propostas do vencedor das primárias do centro-direita em França.

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Será a quarta vez que Bayrou disputa a presidência Benoit Tessier/Reuters

Parece quase inevitável: se Alain Juppé não ganhar as primárias para escolher o candidato do centro-direita às presidenciais francesas de 2017, François Bayrou, o líder do Movimento Democrático (MoDem), um pequeno mas influente partido centrista, deve juntar o seu nome à já extensa lista de candidatos ao Palácio do Eliseu.

Bayrou apoia Juppé e tinha um acordo com ele: não se candidataria, se ele ganhasse as primárias. Mas tudo indica que será François Fillon a conseguir a vitória na segunda volta do próximo domingo. Por isso, Bayrou não perdeu tempo a demarcar terreno: “As escolhas que descubro no projecto de Fillon parecem-me perigosas para a alternância no nosso país”, afirmou à Reuters, classificando o programa de Juppé como “muito mais progressista”.

Diz que “tudo se vai jogar no debate de quinta-feira” entre os dois candidatos, na televisão. Mas, antecipando a perda do seu campo, disse ao jornal Le Figaro que está “a amadurecer um projecto mais dinâmico para o país, de maior justiça social do que o que é hoje proposto”. À Reuters, sublinhou: “Sou completamente livre para fazer as minhas opções, e fá-las-ei em função do interesse nacional”. Se se candidatar, será a quarta vez que Bayrou disputa a presidência.

O rival absoluto do presidente do município de Pau, nos Pirenéus franceses, era Nicolas Sarkozy. O ex-Presidente não lhe perdoou ter apoiado François Hollande em 2012, ajudado à eleição do socialista. Nas anteriores candidaturas, Bayrou tem desempenhado sobretudo esse papel, de fazedor de reis: o seu apoio, à segunda volta, é cortejado por ambos os adversários, tanto de esquerda como de direita,

As relações de Bayrou com François Fillon, que foi primeiro-ministro de Sarkozy, não são tão más como com o antigo Presidente. Mas a estratégia da candidatura de Juppé está a ser atacar em cheio o programa de Fillon - tanto a violência dos cortes como a proximidade com os meios integristas católicos. Esta terceira-feira, as duas candidaturas envolveram-se numa polémica sobre o aborto, com os apoiantes de Juppé a exigir que Fillon clarifique a sua posição sobre este assunto.

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