Programas de Fillon e Juppé, uma diferença de grau

Fillon e Juppé passaram à segunda volta das primárias da direita francesa que definem o candidato às presidenciais do próximo ano.

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Fillon quer impedir os jihadistas franceses que partiram para combater na Síria de regressar a França Eric Gaillard/Reuters

Tanto François Fillon como Alain Juppé propõem um programa de reformas liberal, que no caso de Fillon é mesmo de choque. O ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy promete uma redução de 100 mil milhões de euros na despesa pública, se chegar a ser Presidente de França, enquanto Juppé é mais vago, cita reduções entre 85 e 100 mil milhões de euros.

Para o conseguirem, têm um programa de cortes parecido, que varia na magnitude: Fillon propõe-se despedir meio milhão de funcionários públicos ao longo de cinco anos, enquanto Juppé se fica por 200 mil. Para compensar estes cortes drásticos, ambos querem acabar de vez com as 35 horas semanais. A ideia de Fillon é mesmo fixar como limite as 48 horas semanais – o máximo autorizado pelo direito europeu. Juppé é favorável a um horário de referência de 39 horas.  

Ambos os candidatos renunciaram a mudar a lei do casamento gay, mas Fillon, próximo dos sectores católicos mais conservadores, quer “reexaminar” a lei Taubira sobre a adopção pelos casais homossexuais.

Quanto à política internacional, Fillon é favorável a uma reaproximação à Rússia e ao fim das sanções económicas impostas a Moscovo pela UE depois da anexação da Crimeia. Defende ainda a cooperação com a Rússia na Síria e uma aliança com Bashar al-Assad para erradicar o Estado Islâmico. Juppé é favorável ao diálogo com Moscovo, mas é muito crítico quanto à sua acção na Síria e à aliança do regime de Vladimir Putin com Assad.

Fillon quer impedir os jihadistas franceses que partiram para combater na Síria de regressar a França, enquanto Juppé privilegia a sua detenção, quando forem detectados. 

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