Rui Moreira está mais aberto à taxa turística, mas recusa reinvesti-la no sector

Presidente da Câmara do Porto admite que receita poderia ser usada para comprar ímoveis para habitação.

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Porto está a estudar a aplicação das taxas a turistas noutras cidades Diogo Baptista

Rui Moreira admitiu esta terça-feira que o Porto talvez venha a aplicar uma taxa turística, como Lisboa e outras cidades, mas considera que o dinheiro que viesse a ser arrecado deveria ser usado para controlar “a pegada do turismo”. Numa altura em que foi sinalizada a diminuição de habitação disponível para residentes no Porto e em Lisboa, o autarca veria com bons olhos a aquisição, pelo município, de casas direccionadas para o mercado da habitação.

Se há uns anos considerava que se deveria avaliar com muito cuidado o impacto de uma taxa na Galinha dos ovos de ouro do Porto, Rui Moreira, que vem observando o que se passa em Lisboa e discutiu, recentemente, o assunto com autarcas italianos, já admite que, com “um grande consenso”, talvez ela possa ser aplicada. Mas. numa reunião de Câmara em que foi aprovada uma alteração orçamental que já inclui uma diminuição das verbas para a promoção turística, o autarca disse discordar do modelo seguido na capital, onde o dinheiro recolhido é investido num fundo municipal para o desenvolvimento do sector.

O acordo alcançado em Lisboa entre o município e a plataforma de alojamentos Airbnb, que vai passar a cobrar a taxa aos clientes dos 11 mil alojamentos registados na cidade, deixou Moreira com menos dúvidas sobre a viabilidade de cobrança da taxa. Em todo o caso, o autarca assume que se ela vier a existir no Porto tal receita deveria ser usada para contrabalançar os efeitos do turismo no sector imobiliário (algo que se sente na diminuição da oferta disponível e no preço das casas), podendo a câmara, com ela, adquirir imoveis para que estes não fossem transformados em hóteis, ou outras formas de alojamento turístico, direccionando-os para habitação. 

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