Adrião protesta contra resultados das directas no PS

Divergências sobre as directas do PS mantém-se e geram protesto formal.

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Daniel Adrião não se conforma com discrepâncias nos cadernos eleitorais DR

O militante do PS Daniel Adrião, que apresenta uma moção ao Congresso do PS que se realiza entre 3 e 5 de Junho na FIL, em Lisboa, afirmou ao PÚBLICO que vai apresentar “um protesto formal junto do Conselho Nacional de Jurisdição” do partido contra o facto de a Comissão Organizadora do Congresso (COC) não ter disponibilizado ainda os números finais das eleições directas que se realizaram a 20 e 21 de Maio.

Daniel Adrião explicou ao PÚBLICO que, na reunião da COC que se realizou esta segunda-feira à noite, o seu representante não teve acesso aos números finais de apuramento de votos e apenas a percentagens. E acusa a COC de estar a “violar o princípio da igualdade e da proporcionalidade” e de ter, “por maioria, aprovado o processo eleitoral, cujos contornos estão indefinidos”, razão pela qual o seu representante na reunião votou contra.

O presidente da COC, Francisco César, defendeu, em declarações ao PÚBLICO, que o protesto não tem razão de ser, pois não há números finais, uma vez que há processos por apurar, “falta atribuir 19 delegados”. Mas adiantou que “em termos de percentagem Daniel Adrião está com 2,84% e António Costa com 94,82%”. Houve 1,26% votos brancos e 1,08% nulos. César garante que esta terça-feira terá um encontro com Daniel Adrião para esclarecer a questão.

Por outro lado, Daniel Adrião afirma que continua sem saber a razão para haver uma diferença no universo eleitoral, antes e depois das eleições. Ou seja, cadernos eleitorais apontavam para cerca de 39 mil e depois para 49.127 militantes.

Francisco César defende que “não há nenhuma irregularidade”, o que se passa é que “os três candidatos, António Costa, Daniel Adrião e Elza Pais receberam listagens provisórias que não incluíam os militantes dos Açores e da Madeira e das secções de fora da Europa e da Europa que têm autonomia financeira e cujos militantes pagam quotas localmente”. Esses militantes “entraram nos cadernos eleitorais depois dessas listagens serem fornecidas”, prossegue Francisco César, frisando que “nenhum dos candidatos reparou no “lapso, mas ninguém foi prejudicado por isso”. O presidente da COC conclui: “Era óbvio que as listagens estavam mal, por exemplo, nos Açores que elegem 100 delegados, havia 40 votantes.” 

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