Crónicas da semana: do vídeo sobre o Porto a uma saída do Facebook

Começámos a semana com declarações aparentemente polémicas de José Rodrigues dos Santos, prosseguimos com um vídeo promocional do Porto que está a incomodar a Internet e terminámos com uma desistência no Facebook. Vale a pena reler estas três crónicas

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José Rodrigues dos Santos é manipulador ou ignorante?

O nosso cronista Bruno de Góis acusa José Rodrigues dos Santos de ter um estilo “faccioso, apocalíptico e manipulador”, num texto em que reage a uma entrevista do jornalista e escritor ao “Diário de Notícias”. Nela, Rodrigues dos Santos — ou o “aprendiz de feiticeiro”, como escreve Góis — diz que os seus livros “As Flores de Lótus” e “O Pavilhão Púrpura” mostram realidades “e que o ‘facto de que o fascismo é um movimento que tem origem marxista, por exemplo, é uma das demonstrações feitas nesta saga”. Aquilo que se deve reter das declarações polémicas do pivô do canal de televisão público, continua, “é que a vítima principal deste discurso de ódio é a cultura democrática”. “Não estando em causa as críticas que é necessário fazer ao socialismo real, é vergonhoso fomentar a confusão entre as teorias e ideologias da emancipação das classes trabalhadoras e as ideologias racistas, reaccionárias e elitistas.” Bruno de Góis remata o texto sem pudores: “O discurso de José Rodrigues dos Santos não é só estúpido, é extremamente perigoso para a cultura democrática.” Entretanto, o jornalista publicou um artigo de opinião no PÚBLICO: "Se acham que o fascismo não tem origens marxistas, façam o favor de desmentir as provas que apresento nos meus romances."

O Porto autêntico não é isto, senhores!

Mário Barros viu o vídeo de promoção do Porto “cosmopolita e autêntico” que a Câmara Municipal da cidade mandou fazer e não lhe poupou críticas. “Não há uma segunda oportunidade para ter uma primeira boa impressão. E o filme que serve de promoção ao Porto gastou as fichas todas”, começa por dizer. A parte do curto filme que mais suscita interrogações ao nosso cronista “é a que envolve o protagonista masculino, que acorda numa cama de um ho(s)tel, sitiado entre uma cabeça de alce e uma mulher”. A trama do vídeo continua com sugestões “gastronómico-amoroso-desportivo” e um postal batido. “Se o objectivo era mostrar um Porto jovem, descomprometido e ‘cosmopolita’”, escreve Mário Barros, “então esta primeira parte do trabalho é um tiro na água.”

Eu já desactivei a minha conta no Facebook, e tu?

João André Costa tomou um decisão e levou-a avante: desistir do Facebook. “A partir de agora acabaram-se as bisbilhotices, as maledicências, as fotografias das férias de quem se diz nosso amigo constantemente esfregadas na cara quando são seis da manhã e vamos para o trabalho, ou à procura de trabalho”, escreve o cronista. Desde que concretizou a desactivação da conta, João André já leu três livros “daqueles sem imagens, quadradinhos, links para vídeos do YouTube ou banda sonora” e sente-se aliviado. “É como se tivesse tirado um peso das costas, até ando mais direito, despreocupado, informado, perdi peso e ando mais elegante, porque a vida não só continua como existe para além dos cigarros e para além do ‘Face’, num admirável mundo novo onde nos é permitido existir e sorrir sem que disso se faça um álbum de fotografias para partilhar com os amigos.”

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