Quero um trabalho!

Será pedir muito exercer uma das várias competências que adquiri, após pagar seis anos no ensino superior dito "público"? Será demasiado arrogante querer exercer as minhas capacidades no meu país?

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Quero exercer uma profissão dentro das competências que andei a adquirir durante seis anos na universidade. Sim, eu sei, como eu há muitos e a fila é grande. Pois é, mas não me assumo como "mais um" (mesmo correndo o risco de o ser).

Será pedir muito exercer uma das várias competências que adquiri, após pagar seis anos no ensino superior dito "público"? Será demasiado arrogante querer exercer as minhas capacidades no meu país? Não que o desafio da emigração me assuste, bem pelo contrário, apenas quero arrancar com a minha carreira no país onde me formei, no país onde descontei todos os tostões ganhos para me sustentar fora da casa dos meus pais.

Será demasiado exigir que este país se endireite e que acabem as concordatas coloridas com as canetas das cores partidárias? Não estará na hora de abrir os olhos e deixar de ignorar as trocas de favores entre o Sr. Dito Cujo e o Dr. Vai a Todas, quando toda a gente sabe que ambos têm como principal competência a incompetência de não fazer serviço útil nenhum?

É assim tão custoso admitir alguém que está sedento de aprender com o que acontece na linha de produção da vida real? Ao que parece, sim, pois se não é para trabalhares de graça, em prol da aquisição da tal "experiência", não há oportunidades. Ou então é-te exigido um nível de milionário com anos de experiência, só que acompanhado por um vencimento pior do que bolso roto.

Eu só quero poder trabalhar, com prazer, com gosto pelas minhas tarefas! Correndo o risco de parecer idealista, eu apenas me recuso ao hábito de uma profissão que não me enriquece, que não me estimula e que me faz rogar pela hora de saída cinco minutos após a hora de entrada. É frustrante a possibilidade de poder ser mais um na estatística dos cidadãos que vivem insatisfeitos com o seu posto de trabalho.

Por isso, não admito a desistência sem sequer existir a tentativa, por mais descabida que ela possa parecer. Porque todos os grandes génios, os nossos ancestrais descobridores, os maiores artistas, todos eles passaram por loucos no início. Pois se assim é, eu que passe por maluca ao reivindicar um trabalho que seja a melhor ocupação que podia ter para o meu tempo.

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