Artur Mas sugere apoio ao PSOE para evitar governo do PP

Catalunha já tem novo presidente, que promete negociar com Espanha a construção de um Estado independente.

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O novo líder da Catalunha, Carles Puigdemont, prepara-se para discursar sob o olhar de Artur Mas, à sua esquerda Albert Gea/Reuters

Nas suas últimas horas como presidente da região autonómica da Catalunha, Artur Mas sugeriu que o seu partido pode apoiar os socialistas para ajudar a formar um governo nacional. As legislativas de 20 de Dezembro resultaram num Congresso muito fragmentado em que tanto o Partido Popular, de Mariano Rajoy, como o PSOE, terão imensas dificuldades para chegar à maioria.

“Não nos convém um governo assim em Madrid. Não confiamos nos outros, mas sabemos por experiência própria que um executivo destes [o de Rajoy] provoca tensões brutais que não permitem diálogo, negociações nem acordos”, afirmou Artur Mas num encontro com dirigentes da Convergência, o seu partido da direita nacionalista. “Podemos ajudar a criar um clima de serenidade com Espanha para que tudo possa ser conversado.”

Os socialistas, liderados por Pedro Sánchez, não conseguem chegar à maioria contando só com forças de esquerda como o Podemos, terceiro partido mais votado: a soma dos 90 eleitos pelo PSOE aos 69 de Iglesias, mais a Esquerda Unida, que elegeu dois deputados, a Esquerda Republicana da Catalunha, com nove, e os dois dos bascos do Bildu aproxima-se mas não chega à maioria de 176. O PP de Rajoy foi a força que elegeu mais deputados, 123, mas a direita tem contas ainda mais complicadas.

A primeira sessão do Congresso é no dia 14 de Janeiro, altura em Rajoy deverá ser chamado pelo rei a tentar formar governo.

O grande problema de um apoio de Artur Mas ao PSOE é o mesmo de um possível entendimento entre Iglesias e Sánchez  a candidatura cidadã apoiada pelo Podemos na Catalunha não abdica da realização de um referendo sobre o futuro político da região, algo que os socialistas recusam.

O novo presidente do governo catalão eleito este domingo à tarde pela maioria dos deputados do parlamento regional, assegurou que assumirá a missão de “negociar com o Estado espanhol” e com as autoridades europeias a constituição de um Estado na Catalunha.

Carles Puigdemont, até agora presidente da câmara de Girona e membro da Convergência, aceitou o cargo depois do recuo de Artus Mas, cuja saída era exigida pela CUP (Candidatura de Unidade Popular) para apoiar um governo formado pelo bloco independentista.

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