Passos leva primeiro banho de multidão em terra laranja

PSD mobiliza apoiantes em Arcos de Valdevez para receber calorosamente o líder da coligação.

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Fotos Miguel Manso
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Em Arcos de Valdevez, no ponto de partida para o “contacto com a população” – assim constava no programa da coligação PSD/CDS – Passos Coelho hesita em entrar no carro e decide fazer o percurso a pé. Baralhou a caravana e a segurança até pelo seu passo apressado. Ninguém da comitiva sabia onde era o ponto de encontro local. Depois de um ziguezague pela rua, ainda voltou ao carro, mas por poucos metros já que o trajecto a percorrer era apenas pedonal.

Nesta vila laranja – o PSD conquistou mais de metade dos votos nas últimas legislativas – era esperado por fervorosos apoiantes, com muitas bandeiras e lenços. Foi rodeado por eles, avançou com dificuldade e foi até levantado do chão. Pela rua abaixo, foi formado um corredor de pessoas que o queriam ver.

A ordem era “bandeiras ao alto”. Mas a mancha que rodeava o primeiro-ministro, entre apoiantes locais e os jornalistas, não deixava sequer que se visse a sua cabeça. É a máquina PSD a funcionar, criando um pequeno banho de multidão.

Aqui, o discurso que a coligação PSD/CDS tem vindo a fazer sobre o PS cola no eleitorado, mesmo junto dos reformados. “Foram os socialistas que botaram o país para o poço e se eles vêm aí botam o país no poço outra vez”, diz uma reformada que garantiu não ter medo de cortes nas pensões. Era uma de muitos apoiantes que esperava, no lancil do passeio, por ver Passos Coelho. “E o Paulo Portas?” Perguntava outra. “Não veio hoje, está de folga”. Foi substituído por Mota Soares, vice-presidente do CDS. À tarde será a vez de Portas ser o protagonista já que Passos Coelho vai para a cimeira europeia sobre os refugiados.  

Ao cimo da rua, ainda antes de chegar ao ponto de encontro combinado, Passos foi recebido por três reformadas que lhe ofereceram gerberas. Tinham sido dadas pelo PSD local. “Continuem a fazer o que está bem feito”, desejou uma delas. Não têm medo dos cortes nas pensões que podem aí vir, porque as reformas que recebem são noutros países.

São emigrantes em França e no Luxemburgo. “Só cá estamos até domingo para votar nele”, disseram ao PÚBLICO, minutos depois de terem cumprimentado Passos Coelho. Havia flores, bandeiras, cachecóis e até música de acordeão. Mas não propaganda para distribuir. “Não me deram nada, nem umas canetinhas, nada”, queixou-se uma mulher, quando a comitiva se aproximava do outro lado da rua. 

 

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