Festival Materiais Diversos "estreia" direcção artística de Elisabete Paiva

A directora artística sucede ao fundador Tiago Guedes e o Festival realiza-se de 10 a 19 de Setembro, em Minde e Torres Novas.

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Ensaios na Junta de Freguesia de Miragaia de O Baile, danca contemporanea com coreografia de Aldara Bizarro Paulo Pimenta

A 7.ª edição do Festival Materiais Diversos, que inclui dança, música, teatro e várias actividades paralelas, é dirigida artisticamente por Elisabete Paiva, que sucede ao fundador Tiago Guedes, e realiza-se de 10 a 19 de Setembro, em Minde e Torres Novas.

Este ano, após sete edições de “afirmação”, o Festival entra “num período de consolidação”, afirma Elisabete Paiva num comunicado enviado à Lusa.

Segundo a responsável, a programação do evento  procura “dialogar com diferentes imaginários e actores; o programa sugere tensões entre linguagens e referências”.

Sublinhando ser esta a sétima edição, Elisabete Paiva refere que “o sete é, em inúmeras culturas, um número mágico”.

Neste sentido, “com o número sete como amuleto e um entusiasmo solar perante a fragilidade das políticas culturais e subsequentes constrangimentos financeiros, predispomo-nos a dar continuidade ao projecto visionário iniciado por Tiago Guedes em 2009”.

O Baile, de Aldara Bizarro, inspirado pelo Le bal, de Ettore Scola, que inclui no seu elenco 30 participantes, abre o Festival, em Minde, no concelho ribatejano de Alcanena.

Segundo o comunicado da organização, O Baile evoca os tradicionais bailes de aldeia e de bairro com música ao vivo, ainda hoje organizados por colectividades de norte a sul do país.

O Baile é um espectáculo que faz uma leitura contemporânea dessas danças, cruzando-a com histórias dos participantes locais que se tornam co-criadores de cada edição”, afirma a mesma fonte.

Da programação, Elisabete Paiva salienta “duas criações memoráveis de Vera Mantero e de Tiago Rodrigues, respectivamente Os serrenhos do caldeirão no dia 12, e By heart, no dia 19”.

Esta edição conta com a participação dos “promissores coreógrafos Lander Patrick e Volmir Cordeiro, das Sopa de Pedra e dos Slow is Possible, que lançam este ano o seu primeiro álbum, e de Vincent Glowinski (aka Bonom), que se reinventa no palco com Méduses após intenso trabalho de desenho em espaço urbano”, realçou a programadora.

O laboratório de formação e criação Ninhou arts summer camp, orientado por Miguel Pereira, que “liga o cineteatro Rogério Venâncio, no centro de Minde, à mata”, é apresentado pela primeira vez nesta edição. O ponto de encontro desta acção está marcado para o Cineteatro Rogério Venâncio, no dia 12, às 18h.

A poetisa brasileira Natália Nolli Sasso apresenta Pequena videoteca de performances sobre paisagens brasileiras, de 5 a 19, na Bilheteira Central, em Minde, e de 8 a 20 Setembro, no Museu Municipal Carlos Reis, em Torres Novas.

No dia 11, na Fábrica da Cultura, em Minde, é apresentada a “dança-concerto” intitulada Arrastão, pelo criador brasileiro Lander Patrick.

“Esta dança-concerto propõe um compromisso incontornável com e entre estranhos, em que Lander Patrick é o eixo de várias orquestrações e se forma uma matéria comum. Arrastão modela um acordo coreográfico entre performer-espectador e espectador-espectador, numa relação tripartida em que a parte determina o todo, o todo inspira a parte e o todo contamina o todo. Esbatem-se assim as fronteiras entre espaço de acção e espaço de observação”, esclarece a organização.

Esta é a primeira edição do Festival Material Diversos, com direcção artística da programadora Elisabete Paiva, que, nos nove anos anteriores, dirigiu o serviço educativo d’A Oficina, em Guimarães, no Centro Cultural Vila Flor e no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, tendo sido responsável pela criação do serviço educativo de Guimarães 2012-Capital Europeia da Cultura.

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