Pequim detém dez responsáveis da empresa envolvida na explosão de Tianjin

Chuvas atrasam tarefas de limpeza no parque industrial da cidade portuária chinesa onde pelo menos 114 pessoas morreram na semana passada.

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Paramilitar chinês na zona evacuada em redor do porto Kim Kyung-Hoon/Reuters

Dez dirigentes da empresa responsável pelo armazém onde ocorreram as explosões que mataram pelo menos 114 pessoas (há ainda 70 desaparecidos) na semana passada no porto de Tianjin foram detidos para interrogatório, escreve o Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China. O partido anunciou ainda a abertura de uma investigação contra o director da Administração Estatal da Segurança no Trabalho, Yang Dongliang, suspeito de “violações graves da disciplina e da lei”, o eufemismo habitualmente usado por Pequim para casos de corrupção.

A agência oficial Xinhua já noticiara que a Ruihai International Logistics, com quatro anos de existência, só obteve licença para manejar substâncias perigosas há dois meses, o que significa que esteve a trabalhar com produtos tóxicos sem as necessárias autorizações entre Outubro de 2014 e Junho. Os contentores da Ruihai armazenavam 700 toneladas de cianeto de sódio, um composto químico potencialmente mortal.

Na zona do parque industrial do porto continuam os trabalhos de limpeza, mas a chuva, que deverá continuar a cair até quinta-feira, está a dificultar a tarefa e teme-se mesmo que possa provocar uma maior dispersão de cianeto de sódio.

As autoridades municipais continuam a insistir que não se identificaram concentrações perigosas nem na água nem no ar, mas na segunda-feira oito pontos de controlo de água mostravam níveis excessivos deste composto, ao mesmo tempo que eram detectados vestígios noutros 21 pontos.

Com mais de 11 milhões de habitantes, Tianjin é uma das maiores cidades chinesas, e o seu porto é um dos dez maiores do mundo. Fica localizada no Nordeste do país, a cerca de 150 quilómetros da capital. A área evacuada foi sendo gradualmente aumentada nos dias que se seguiram à explosão.

Os habitantes de um complexo habitacional com três torres de apartamentos a 500 metros dos armazéns químicos marcharam já na segunda-feira pela cidade exigindo “compensações” pela perda das suas casas – completamente destruídas – e possíveis problemas de saúde resultantes da exposição aos gases libertados no acidente. Os manifestantes notam que a distância mínima obrigatória por lei entre edifícios industriais e residenciais (1 quilómetro) não tinha sido cumprida.

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