Ongoing reduz participação na Pharol para 3,46%

Empresa tinha 10,05% da ex-PT, mas BCP ficou com 4,2% por execução de dívidas e Ongoing não exerceu a recompra de outros 2,5% que estavam com Novo Banco.

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Nuno Vasconcellos ainda pode entrar, indirectamente, na RTP.
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Nuno Vasconcellos já deteve 10,05% da Pharol (ex-PT) Pedro Cunha

Em pouco tempo, a Ongoing, de Nuno Vasconcelos, passou de um dos maiores accionista da Pharol (ex-PT), para o penúltimo lugar da lista de participações qualificadas. Esta terça-feira, o grupo comunicou ao mercado, através do regulador do mercado de capitais, a CMVM, que detém agora acções correspondentes a 3,46% do capital, contra os anteriores 10,05%.

A descida acentuada da posição deve-se a um processo de recuperação de créditos por parte do Millennium bcp, comunicado no sábado, e que implicou a passagem de 37.804.969 acções (4,2169% do capital), da Pharol para as mãos banco, e ainda ao facto de Ongoing não ter exercido uma opção de compra de uma posição de 2,5% que estava com o Novo Banco.

No comunicado divulgado esta terça-feira é referido que a Ongoing não readquiriu as 22.560.000 acções que tinham sido objecto de um swap (acordo de transacção de acções), “cuja vigência terminou a 12 de Agosto”.

Tendo seguido uma estratégia de investimentos com recurso a empréstimos, dando as acções como garantia, a Ongoing foi atingida pelo colapso do BES/GES, com o qual tinha uma forte ligação, nomeadamente por via da influência no grupo PT.

Em Outubro do ano passado, já com os bons activos do BES na posse do Novo Banco (após a intervenção do Banco de Portugal em Agosto desse ano), a instituição financeira ficou com 2,5% da PT que eram da Ongoing, subindo então a sua posição para 12,6%. A operação, também relacionada com um crédito, foi feita fora do mercado regulamentado e através de um contrato swap. Essa estratégia permitiu que, até agora, a imputação dos direitos de voto fosse atribuída às duas entidades em simultâneo.

Conforme noticiou então o Jornal de Negócios, se a Ongoing não recomprasse os títulos o Novo Banco teria de incluir esses 2,5% da Pharol no seu balanço, com a correspondente desvalorização do valor das acções. Uma vez que o prazo já chegou ao fim, o banco terá então de fazer agora os devidos acertos, com reflexos nas contas do terceiro trimestre.

Quanto ao BCP, este passou a ser o terceiro maior accionista da Pharol, cujo principal activo é posição de 27% que detém na operadora de telecomunicações brasileira Oi. Aos 4,2% que eram da Ongoing somam-se outros 1,95% que o banco liderado por Nuno Amado já detinha na Pharol, liderada por Luís Palha da Silva.

Neste momento, o BCP é dono de 6,2% do capital da empresa, mas fonte oficial já afirmou ao PÚBLICO que a posição não é estratégica. Ou seja, que venderá quando achar que é oportuno.

Resta agora saber, com o desmantelamento do grupo (que está a tentar vender activos como o Diário Económico), o que é que irá acontecer aos restantes 3,46% do capital da Pharol que ainda estão nas mãos da Ongoing. Isto porque as acções também terão sido dadas como colateral junto do BES/Novo Banco ou de outra instituição financeira.

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