Manifestações, exposições e ópera: o lado B do Parlamento

Os trabalhos do plenário da AR da XII legistura terminaram esta quarta-feira. Mas houve muito mais do que uma maratona de votações. Até ao final do mês e durante uma semana de Setembro só se farão reuniões das comissões.

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No último dia de plenário da legislatura, a vida em torno da Assembleia da República teve um pouco de tudo o que por ali passou nos últimos quatro anos: manifestações e música do lado de fora, exposições e protestos à margem das sessões.

Esta quarta-feira, o dia começou agitado logo cedo com uma concentração da CGTP contra as políticas de “exploração e o empobrecimento”. De acordo com a organização, cerca de três mil trabalhadores e dirigentes sindicais protestaram contra as políticas laborais e sociais do Governo e exigiram um novo rumo país. Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, defendeu “um Portugal de progresso e justiça social” e que as próximas eleições são essenciais para “dar expressão ao descontentamento e força” aos que defendem os interesses da central sindical.

À tarde, durante a última reunião plenária, cerca de duas dezenas de guardas-nocturnos reuniram-se em vigília como forma de protesto contra o projecto de lei da coligação que estabelece o regime jurídico desta profissão. Ao mesmo tempo, reuniram-se nas imediações da Assembleia várias associações de defesa dos direitos das mulheres que manifestaram descontentamento pela aprovação das alterações à lei do aborto. Lá dentro, os protestos foram mais ruidosos e levaram à evacuação das galerias – outra das marcas da legislatura.

Mas nem só de críticos se enchem as galerias parlamentares. Fátima Simas, de 68 anos e reformada bancária, deslocou-se ontem pela primeira vez ao Parlamento e aproveitou para presenciar o que considerou ser um evento “bastante interessante”. Confessou-se um pouco “deslumbrada” pela grandeza da Assembleia, mas garantiu que esta foi uma “grande oportunidade” para ver de perto “aqueles que tomam conta do nosso país”.

Augusto Rodrigues foi uma presença assídua durante a legislatura. Reformado e com 74 anos, criticou o Governo naquilo que considerou ter sido “um profundo ataque aos pensionistas”. “Estive aqui em quase todas as discussões em que o primeiro-ministro esteve presente e sempre fiquei chocado com o descaramento que ele tinha quando dizia que não tinha cortado nas reformas”, referiu Augusto Rodrigues. Opinião partilhada por Pedro Apolinário, estudante de 19 anos, que se deslocou à Assembleia para acompanhar a sua avó. “Vi bem de perto o que sofreu com os cortes deste Governo às pensões”, contou, referindo-se à dificuldade que a avó teve em conseguir continuar a comprar os medicamentos face aos cortes verificados nas pensões.

Tranquilas são as exposições, também elas frequentes no Palácio de S. Bento. Desta vez, no salão nobre foi lançada a nova colecção da Fábrica Bordallo Pinheiro, composta por peças de faiança baseadas em caricaturas de António. A colecção designada “Os Figurões” representa Mário Soares, Eusébio, Barack Obama, Papa Francisco e Angela Merkel.

O dia terminou com um concerto de ópera, num palco montado à frente da escadaria do Parlamento, que serviu para assinalar o encerramento da XII Legislatura. De entrada livre e com actuações do Coro Nacional do Teatro Nacional de São Carlos, da Orquestra Sinfónica Portuguesa e de solistas nacionais, presenciadas por muitas centenas de pessoas que encheram as escadas e os inclinados relvados laterais, o espectáculo contou com interpretações de óperas de Verdi, Wagner, Bizet, Alfredo Keil e foi dirigido pelo maestro João Paulo Santos, encerrando assim um dia agitado dentro e fora da Assembleia da República.

Texto editado por Leonete Botelho

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