Google apresenta sistema operativo para um mundo de coisas inteligentes

O Brillo é uma versão do Android que poderá equipar lâmpadas, electrodomésticos ou janelas.

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Sundar Pichai, vice-presidente do Google Robert Galbraith/Reuters

O Google nasceu com a ambição de organizar toda a informação do mundo. Hoje, esse objectivo inclui recolher informação de portas, janelas, parquímetros e frigoríficos, e usá-la para criar um mundo de equipamentos mais inteligentes.

A empresa anunciou o sistema operativo Brillo, concebido para equipar todos os tipos de dispositivos, de electrodomésticos a fechaduras. Uma vez em rede e dotados de inteligência artificial, estes equipamentos poderão, por exemplo, regular a temperatura consoante as necessidades e gostos dos utilizadores, abrir uma porta apenas a pessoas conhecidas ou desligar o fogão assim que a comida estiver pronta.

“Se conseguirmos ter os aparelhos físicos a ligarem-se de forma inteligente à Internet, acreditamos que podemos transformar a experiência dos utilizadores”, afirmou o vice-presidente do Google, Sundar Pichai, que conduziu a apresentação de abertura da conferência Google I/O, um evento anual do Google, em São Francisco.

Este conceito de ter todos os tipos de aparelhos ligados à Internet e em comunicação uns com os outros tem vindo a ser designado como a Internet das Coisas e é uma área em que várias empresas estão a investir. No ano passado, o Google comprou a Nest, uma empresa que desenvolve termóstatos inteligentes.

O Brillo é uma versão simplificada do sistema operativo Android, que se popularizou em telemóveis e tablets e que está também a ser usado por fabricantes de automóveis. Entre as funcionalidades do Brillo está a possibilidade de os aparelhos que o usarem terem ligações de Internet sem fios e de bluetooth.

Sundar Pichai apresentou também aquilo a que chamou “uma linguagem comum” para que todos os aparelhos possam comunicar no mundo da Internet das Coisas. Chamada Weave, pretende criar um padrão para que, por exemplo, uma janela possa indicar a um termóstato se está aberta ou fechada. Ou, num exemplo dado por Pichai, permitirá que um forno leia uma receita num telemóvel e consiga ligar-se na temperatura certa.

Os equipamentos que usem o Brillo ou a Weave são imediatamente reconhecidos por telemóveis e tablets com Android, sendo possível oferecer naqueles dispositivos uma interface de utilização igual para controlar os vários aparelhos.

O Brillo estará disponível numa versão preliminar para programadores no terceiro trimestre deste ano, ao passo que a Weave deverá ser disponibilizada no último trimestre. “Este é o princípio de uma viagem, tal como fizemos com o Android para os smartphones”, disse Pichai. 

Na conferência, o Google revelou também o Android M, uma nova versão do sistema operativo, que deverá ser lançada dentro de alguns meses, e apresentou o Android Pay, uma aplicação para fazer pagamentos através do telemóvel.

Os chamados pagamentos móveis são um mercado que está a ser disputado por empresas de tecnologia, como o PayPal e a Apple, e também por operadoras de telecomunicações e empresas de processamento de cartões bancários. O Android Pay não é a primeira incursão do Google nos pagamentos electrónicos. A empresa já tinha lançado, há anos, o Google Wallet, que teve adesão reduzida, e que continuará a existir. O Pay está, por ora, vocacionada para o mercado dos EUA, onde a empresa diz que 700 mil lojas irão aceitar esta forma de pagamento.

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