Djhokhar Tsarnaev, o jovem de 21 anos que foi julgado pela autoria do ataque à bomba na maratona de Boston, em 2013, foi condenado à pena de morte por injecção letal. O arguido já tinha sido classificado culpado dos 30 crimes por que fora acusado, entre os quais de homicídio e uso de arma de destruição maciça, puníveis com a pena capital.

A decisão do júri foi anunciada esta sexta-feira ao fim de 15 horas de deliberações. Djhokhar Tsarnaev já tinha sido condenado por todos os crimes de que estava acusado no início de Março. Os jurados voltaram a ser chamados pelo tribunal para decidir sobre a execução da sentença: a pena de morte, como requeria a acusação, ou a prisão perpétua e sem possibilidade de liberdade condicional pedida pela defesa, que deverá recorrer da decisão.

Nas dez semanas que durou o julgamento, foram ouvidas 150 testemunhas, incluindo participantes na corrida e familiares das vítimas, que recordaram o momento da detonação das duas bombas de fabrico artesanal colocadas na zona da meta da maratona. O ataque fez três mortos e 264 feridos. Tsarnaev também foi responsabilizado pela morte de um agente da polícia envolvido na caça ao homem que paralisou a cidade de Boston três dias depois do ataque.

O arguido não contestou a sua participação nos atentados, mas os seus advogados de defesa procuraram demonstrar que o seu envolvimento se deveu à influência exercida pelo irmão mais velho Tamerlan, que foi apresentado como o arquitecto do plano e cabecilha na sua execução. Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, morreu num tiroteio com a polícia durante uma tentativa de fuga; Djhokhar (que o atropelou ao tentar escapar) estava gravemente ferido quando foi detido.

Nesta segunda fase do julgamento, o júri teve de avaliar os doze argumentos avançados em favor da aplicação da pena de morte e os 21 factores mitigantes apresentados pela defesa. Os jurados alinharam pela tese da acusação, que descreveu o arguido como um jihadista, e consideraram como agravante o facto de Tsarnaev não ter pedido desculpa nem manifestado remorsos pelos seus actos. Dos doze jurados, apenas três acreditaram que Djhokhar agiu por influência do irmão. Mas mesmo assim rejeitaram que esse facto o eximia de responsabilidades.

O veredicto final foi lavrado num documento de 24 páginas que demorou cerca de 20 minutos a ler em tribunal. O arguido manteve-se em silêncio, e limitou-se a baixar a cabeça ao ser anunciada a pena de morte – o juiz federal George O’Toole agradeceu-lhe a “compostura e correcção”.

A pena de morte é altamente controversa no estado do Massachusetts, onde a última execução decorreu há 70 anos. O código penal estadual eliminou a pena capital em 1984.