Adesão à greve dos trabalhadores da Carris é de 80%, diz sindicato

Paralisação de 24 horas na transportadora de Lisboa.

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A carreira 708 é uma das abrangidas pelos serviços mínimos Rui Gaudêncio

A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da rodoviária de Lisboa Carris contra a subconcessão da transportadora era de 80% às 7h30, disse à Lusa Manuel Leal, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.

“A greve está a decorrer com uma grande firmeza da parte dos trabalhadores. Estamos com uma adesão superior a 80%. Temos a perspectiva de que este número aumentará durante o dia”, disse Manuel Leal à agência Lusa.

Já a empresa diz que, entre as 22h de quarta-feira e as 6h30, circularam 151 dos 491 autocarros programados, o que representa 31% da oferta.

“A [transportadora de passageiros] Carris garantiu até às 06:30 de hoje 31% da oferta, estando os serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral a ser integralmente cumpridos”, disse à agência Lusa Isa Lopes, porta-voz da empresa, adiantando que os serviços dos ascensores e o elevador de Santa Justa foram cumpridos a 100% em relação ao que estava programado.

Os trabalhadores da Carris concentraram-se na Estação de Santo Amaro, em Alcântara, Lisboa, iniciando depois uma marcha de protesto até à Assembleia da República.

“Estamos indignados. O conselho de administração da Carris está a impedir os trabalhadores que não trabalham aqui em Santo Amaro de entrar nas instalações, tendo reforçado o aparato de segurança”, contou Manuel Leal.

O sindicalista disse que “a luta dos trabalhadores irá ter continuidade contra a intenção de privatização e de criação de uma autêntica parceria público-privada”.

“Vamos agora iniciar uma marcha até à Assembleia da República para entregar a análise do caderno de encargos de subconcessão aos grupos parlamentares e à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves”, conclui.

A greve de 24 horas dos trabalhadores da rodoviária de Lisboa Carris contra a subconcessão da transportadora deve perturbar o serviço a partir das 3h, apesar de os serviços mínimos obrigarem à circulação de 50% de 11 carreiras.

Fonte da empresa disse que, devido à greve “prevê-se a perturbação do serviço de transporte da Carris a partir das 3h, prolongando-se a mesma até ao final do último serviço do dia”.

O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social decretou como serviços mínimos para esta greve o funcionamento de 50% de 11 carreiras, tendo em conta linhas que desempenham “um papel essencial no acesso das pessoas à rede hospitalar pública e, consequentemente, a necessidade de protecção do direito à saúde, constitucionalmente consagrado”.

Em funcionamento estarão as carreiras 703 (Charneca do Lumiar - bairro de Santa Cruz), a 708 (Parque das Nações – Martim Moniz), a 735 (Cais do Sodré – Hospital de Santa Maria), a 736 (Cais do Sodré – Odivelas) e a 738 (Quinta Barros – Alto de Sto. Amaro).

Também é considerado como serviço mínimo o funcionamento de 50% das carreiras 742 (Casalinho da Ajuda – Bairro da Madre de Deus), 751 (Linda-a-Velha - Estação de Campolide), 755 (Poço do Bispo – Sete Rios), 758 (Cais do Sodré – Portas de Benfica), 760 (Cemitério da Ajuda – Gomes Freire) e 767 (Mártires da Pátria – Estação da Damaia).

Em total funcionamento estará o serviço de transporte exclusivo de pessoas com mobilidade reduzida.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Carris e algumas das estruturas sindicais marcaram também um debate no cinema São Jorge, às 10h0, para analisar o caderno de encargos e o impacto da subconcessão para a empresa e os trabalhadores, com a participação de investigadores.

A greve foi inicialmente marcada por ser na quinta-feira o prazo previsto para o fim dos concursos públicos de subconcessão da Carris e do Metro, mas os concursos foram prolongados para data indeterminada devido ao número de questões colocadas pelos interessados, disse fonte da Transportes de Lisboa.

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