Somos ou não somos sociais-democratas?

É isto a social-democracia: governar com coragem.

Terá o PSD ultrapassado os partidos de direita numa suposta viragem por causa do cumprimento do programa de assistência económica e financeira? Terão os neoliberais triunfado através das políticas implementadas pela maioria durante estes três anos? Dito de forma mais simples, teremos nós, sociais-democratas, passado à clandestinidade?

Devo confessar, como social-democrata que sou e sempre serei, que estas perguntas, sendo deliberadamente provocatórias, não deixam de ser perturbadoras por terem um certo acolhimento em alguns sectores da nossa sociedade. O que representa por isso mesmo um estímulo: afinal, somos ou não somos sociais-democratas?

Vejamos.

Na sequência da pré-bancarrota em que o PS deixou Portugal em 2011, o PSD viu-se na contingência de liderar uma maioria que tinha pela frente a pior crise económica e financeira destes 40 anos de democracia. A intervenção financeira externa solicitada pelo PS  implicou assim o cumprimento de um conjunto de exigências colocadas pelos credores internacionais, que foram emprestando o seu dinheiro para que Portugal pudesse fazer face aos seus compromissos imediatos.

Pagar as dívidas exigiu medidas duras.

Medidas duras para as famílias e para as empresas.

Mas foram esses sacrifícios que permitiram a Portugal recuperar a sua soberania financeira e criar condições para o crescimento económico e para o emprego sustentado.

O PSD não honrou apenas os compromissos assumidos pelo PS em nome dos portugueses: liderou também um processo de transformação económica e social que permite agora encarar o futuro com maior confiança.

Portugal superou esse período de emergência financeira sem pedir nem mais tempo, nem mais dinheiro. Somos ou não somos sociais-democratas quando defendemos a soberania nacional?

A maioria parlamentar concentrou o maior esforço financeiro em quem mais podia contribuir, aumentou o salário mínimo nacional, aumentou as pensões e as reformas e repôs os vencimentos dos funcionários públicos. Somos ou não somos sociais-democratas por governar com responsabilidade e adoptar políticas sustentadas focadas na defesa dos que mais precisam?

As famílias e as empresas portuguesas vão beneficiar de um novo IRS que protege as famílias com filhos e avós a cargo, aumenta as deduções para as despesas familiares e reduz o IRC para favorecer a criação de emprego sustentado. Somos ou não somos sociais-democratas por defender as famílias e ajudar as empresas a criarem emprego?

Aqui chegados, se ainda continuar por saber se o PSD ultrapassou os partidos de direita e se os neoliberais triunfaram, a resposta é clara e inequivocamente: não.  

O PSD foi, é e continuará a ser um partido de homens e mulheres sociais-democratas porque soube enfrentar as adversidades sem nunca perder de vista o essencial: as pessoas.

É isto a social-democracia: governar com coragem, mas protegendo sempre os sectores da sociedade mais desfavorecidos.

Secretário-geral do PSD

 

Sugerir correcção
Ler 2 comentários