Revisão em baixa do consumo de petróleo para 2015 agrava queda de preços
Barril do West Texas, referência para os Estados Unidos, abaixo dos 60 dólares.
A AIE reduziu, no período de um mês, a previsão de crescimento do consumo diário em 230 mil barris. O crescimento estimado para 2015 fica agora em 900 mil barris por dia, para um total de 93,3 milhões de barris/dia.
O maior corte de estimativas de crescimento acontece na Rússia, consequência das sanções aplicadas pelo Ocidente por causa do conflito ucraniano. A quebra na Rússia responde por boa parte da redução estimada pela AIE, já que ascende a 195 mil barris diários.
Para além da redução das perspectivas de evolução do consumo, a quarta realizada este ano, a AIE antecipa um aumento de produção por parte dos países que não integram a OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), como é o caso dos Estados Unidos.
A exploração do chamado shale oil, petróleo resultante da fragmentação de rochas geradoras de hidrocarbonetos, nos Estados Unidos, e o abrandamento das economias emergentes e do Japão, a que se junta o anémico crescimento da Europa, estão na origem da forte queda da cotação do petróleo.
De acordo com o relatório mensal da AIE, a produção mundial de petróleo caiu para 94,1 milhões de barris por dia em Novembro, um recuo de 340 mil barris diários face a Outubro. A produção dos países que integram a OPEP caiu 315 mil barris por dia, para 30,32 milhões de barris diários, essencialmente devido à baixa produção na Líbia.
"A produção crescente de petróleo de xisto nos EUA deverá fazer com que a produção dos países de fora da OPEP registe um crescimento recorde em 2014", diz a nota da AIE, que acrescenta ainda que o crude produzido pelos países da OPEP caiu 315 mil barris por dia para um total de 30,32 milhões de barris diários devido à baixa produção na Líbia.
A agência destaca a queda dos preços do petróleo não está a provocar um aumento do consumo, e que a quota de mercado perdida para as fontes de energias renováveis não será recuperada por causa da queda do preço do ouro “negro”.
A AIE alerta ainda para o risco da baixa dos preços do petróleo aumentar o risco de instabilidade social ou dificuldades financeiras nos países produtores que se encontrarem em dificuldades para pagar as dívidas.
A evolução dos preços do petróleo está a afectar negativamente os mercados accionistas europeus, que seguem a cair mais de 1%.