Proliferação de crises humanitárias leva ONU a pedir orçamento recorde

Anúncio surge uma semana depois de o Programa Alimentar Mundial ter revelado que está obrigado a suspender a sua actividade por falta de financiamento.

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Refugiados sírios no topo das preocupações da ONU Bulent Kilic / AFP

A ONU pediu um valor recorde de 13,3 mil milhões de euros para as suas operações de ajuda no próximo ano, com o apoio aos refugiados da guerra civil síria no topo das prioridades.

Ao todo, está previsto que o conflito sírio represente mais de 40% das necessidades de financiamento das Nações Unidas. A ONU pretende destinar 3,6 mil milhões para ajudar os mais de três milhões de refugiados sírios, que fugiram à guerra para os países vizinhos – só o Líbano recebeu um milhão de pessoas. Do orçamento, 2,3 mil milhões de euros vão servir ainda para apoiar os sírios que se encontram deslocados dentro do seu país.

O anúncio surge uma semana depois de o Programa Alimentar Mundial – que integra o trabalho da ONU na Síria – ter revelado que está obrigado a suspender a sua actividade por falta de financiamento. À guerra síria juntam-se as crises no Sudão do Sul e na República Centro-Africana, que no orçamento do ano anterior (10,6 mil milhões de euros), já correspondiam às grandes prioridades da ONU. Este ano, o conflito na Ucrânia, a ameaça do Estado Islâmico e o surto de ébola na África ocidental aumentaram obrigaram a ONU a aumentar o seu raio de acção.

“Estamos a enfrentar necessidades a um nível sem precedentes”, disse a chefe dos assuntos humanitários das Nações Unidas, Valerie Amos, numa conferência de imprensa esta segunda-feira em Genebra.
 

  

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