Austrália defende que G20 pode gerar mais crescimento e emprego

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Reuters

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, defendeu este sábado que o G20 pode acelerar o crescimento económico nos próximos cinco anos e criar mais empregos, tal como exigido pela sociedade.

"Sim, o nosso mundo pode crescer e, sim, o nosso mundo pode criar os empregos que as pessoas querem", disse Abbott na abertura da cimeira dos 19 países mais poderosos do mundo e União Europeia em Brisbane, na costa oeste australiana.

O primeiro-ministro australiano reconheceu que a cimeira deve tornar o crescimento débil numa "mensagem de esperança e optimismo", apesar dos "terríveis problemas" no Médio Oriente, no leste da Europa ou na África ocidental. "Acreditamos que, como resultado do trabalho que vamos fazer, o mundo pode acelerar o seu crescimento em mais 2% nos próximos cinco anos", adiantou Abbott.

"É o que o mundo espera de nós. Quer crescimento", frisou.

Depois do discurso, os presidentes, primeiros-ministros e representantes iniciaram a reunião no Centro de Convenções de Brisbane para abordar as propostas preparadas antes pelos ministros da Economia e Finanças. Apesar de a cimeira ter um ênfase económico, também está marcada pela crise do Ébola, impacto das alterações climáticas, ameaça do terrorismo e a crise na Ucrânia.

Obama diz que EUA não podem ser os únicos responsáveis pelo crescimento mundial
Por seu lado, Barack Obama, disse que os EUA não podem ser os únicos responsáveis pelo crescimento da economia mundial, apelando ao G20 a promover o desenvolvimento. "Nos últimos anos, os EUA deram emprego a mais pessoas do que todas as economias desenvolvidas juntas. Mas não podemos esperar que os EUA levem a economia mundial às costas", disse Obama num discurso à margem da cimeira do G20, em Brisbane.

"Aqui, em Brisbane, o G20 tem a responsabilidade de agir, de estimular a procura, de investir nas infraestruturas e de criar empregos para as populações dos nossos países", acrescentou.

A economia mundial está em desaceleração e entre as grandes potências económicas, só os EUA registaram melhorias, enquanto a Europa e o Japão estagnaram, e os países emergentes apresentam diferentes resultados.

Ban Ki-moon pede para intensificar luta contra vírus
Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu aos líderes do G20 para intensificarem a luta contra o vírus Ébola na África Ocental e advertiu para os efeitos económicos e de segurança do surto epidémico.

Ban defendeu que era necessário mobilizar de forma massiva recursos financeiros, logísticos e de tratamento nos países afectados; assinalando que as prioridades são parar o actual surto, tratar as vítimas, assegurar a prestação de todos os serviços e preservar a estabilidade social, política e económica dos países afectados, e prevenir a ocorrência de novos surtos. "O Ébola começou como um problema de saúde, por isso a comunidade internacional tem sido algo lenta na sua resposta. Agora, a crise também é económica e de segurança, e afecta todos os aspectos da nossa vida", disse o diplomata sul-coreano.

Reunião sob forte vigilância policial
Os quatro mil delegados e três mil jornalistas que participam na reunião do G20 vão ser superados pelos 7500 polícias escalados. As medidas de segurança incluem legislação especificamente criada, como multas de 5500 dólares australianos (cerca de 3900 euros) para quem entrar em áreas proibidas com artigos como pranchas de surf, ovos, copos de vidro, excrementos de répteis ou insectos.

De acordo com a análise da agência financeira Bloomberg, os líderes mundiais têm expressado a sua frustração com o que dizem ser uma obsessão da União Europeia, comandada pela Alemanha, sobre os limites do défice orçamental.

O G20 foi formado em 1999 mas foi recatapultado para a ribalta mediática em 2008, em plena crise económica e financeira global, e representa 90% do PIB mundial, dois terços da população em todo o mundo e quatro quintos do comércio internacional. Este grupo substituiu o G8 como o principal fórum internacional de coordenação económica, e junta, para além de países, instituições como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Os membros do G8 – EUA, Canadá, Japão, Rússia, Alemanha, Reino Unido, França e Itália – fazem parte do G20, que também inclui a União Europeia, México, Brasil, Argentina, África do Sul, Turquia, Índia, China, Indonésia, Coreia do Sul, Arábia Saudita e a Austrália, que este ano é a anfitriã do evento.

A cimeira do G20 culmina um conjunto de encontros internacionais sobre outros temas como os negócios, o trabalho e a juventude.

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