Obama promete três mil milhões de dólares para luta contra alterações climáticas

Compromisso será assumido na cimeira do G20 que decorre este fim-de-semana na Austrália.

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Protesto diz que o Governo australiano põe a cabeça na areia em relação às alterações climáticas David Gray/Reuters

Três mil milhões de dólares (ou seja, mais de 2,4 mil milhões de euros) para lutar contra as alterações climáticas em países em desenvolvimento – a promessa que o Presidente norte-americano vai fazer na cimeira do G20, que decorre este fim-de-semana em Brisbane (Austrália), é um forte sinal de empenho, apesar de Obama não ter maioria no Congresso.

“É do nosso interesse ajudar os países vulneráveis a terem meios de lutar contra as alterações climáticas”, disse um responsável da Administração em declarações à agência AFP.

A intenção de dar esta contribuição para o Fundo Verde Climático da ONU, destinado a apoiar os países pobres na luta contra as alterações climáticas, é manifestada dias após um acordo sem precedentes entre os EUA e a China para a redução de emissões de dióxido de carbono dos dois maiores poluentes do mundo.

A verba será dada ao longo de um período de quatro anos para ser aplicada em energia limpa e ajudar os países a lidarem com as consequências das alterações climáticas, como a subida do nível do mar e eventos meteorológicos extremos.

Os países em desenvolvimento têm reiterado que não conseguem reduzir a sua contribuição para o aquecimento global sem mais verbas. O Fundo Verde da ONU é assim visto como essencial para o sucesso das negociações para um novo acordo global sobre as alterações climáticas, que devem ser concluídas no final de 2015. 

Obama assumirá este compromisso após dias apenas das eleições intercalares nos EUA, que deixaram o Presidente com minoria tanto no Senado como na Câmara dos Representantes. Apesar de ser necessária autorização do Congresso para dispensar estas verbas, analistas dizem que será muito difícil para os republicanos cortarem todo o financiamento.

A promessa americana poderá ainda servir como pressão para que outros países aumentem as suas contribuições para o fundo, que até agora conseguiu menos de três mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de dólares), quando o seu objectivo inicial é de dez mil milhões de dólares (oito milhões de euros).

Contrastando com a atitude dos EUA está o anfitrião, a Austrália, cujo primeiro-ministro, Tony Abbott, tem uma posição oposta, tendo recentemente recusado qualquer contribuição para um fundo que considera ser “socialismo disfarçado de ambientalismo”. 

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