Ferro satisfeito com eleição por 69% para líder da bancada do PS

O novo presidente do grupo parlamentar diz que o cargo "é uma honra e uma responsabilidade".

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Ferro Rodrigues quer plataforma alargada que defenda a reestruturação da dívida pública Enric Vives-Rubio

O recém-eleito líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, congratulou-se esta sexta-feira à tarde com o resultado da sua lista para a direcção da bancada, salientando que contará com todos os deputados socialistas, independentemente das opções assumidas nas primárias de domingo.

Estas afirmações foram proferidas por Ferro Rodrigues logo depois de ter sido eleito presidente do Grupo Parlamentar do PS com 69% de votos favoráveis, percentagem idêntica àquela que registou no ano passado o seu antecessor no cargo, Alberto Martins.

De acordo com os números oficiais da eleição, votaram 65 dos 74 deputados, com a lista proposta por Ferro Rodrigues a obter 45 votos a favor (69%), 11 contra (17%), seis brancos (9%) e três nulos (5%).

"Estou muito contente com os resultados obtidos pela minha lista em voto secreto pelos deputados do PS. É uma expressão muito forte de apoio que esta direcção do Grupo Parlamentar vai ter", advogou o ex-líder socialista, adiantando que abandona agora a vice-presidência da Assembleia da República, lugar que desempenha desde o início da legislatura.

Ferro Rodrigues considerou depois que aceitou o convite do candidato socialista a primeiro-ministro, António Costa, para ser líder parlamentar do PS - um cargo que disse ser simultaneamente para si "uma honra e uma responsabilidade".

"Procurarei que este Grupo Parlamentar tenha um trabalho forte em prol de um combate duro contra o Governo, que tem lançado o país na confusão e na desgraça. Conto com todos os deputados, independentemente das posições que tomaram nas eleições primárias [entre António Costa e António José Seguro]. Isso já está bem patente na direção da bancada que foi eleita comigo", sustentou.

Interrogado sobre os 11 votos contra que a sua lista recebeu, o ex-secretário-geral do PS desdramatizou, alegando que a formação de uma lista "é sempre algo de muito complexo".

"Uma lista envolve nomes, uns que são consensuais e outros que são menos consensuais. O meu próprio será consensual para uns mas não para outros e, por isso, considero ser perfeitamente normal ter uma votação de 69 % dos votos expressos e de 60% dos deputados em efectividade de funções. Este resultado agrada-me. Volto a esta vida mais activa, na primeira fila da bancada para as batalhas que se avizinham, com determinação e entusiasmo", acrescentou.

Passos espera diálogo
Já o primeiro-ministro espera que a nova direcção do PS "possa apresentar, com normalidade, um diálogo com o Governo, que é útil ao país".

"Espero que a nova direcção do PS possa apresentar, com normalidade, um diálogo com o Governo, que é útil ao país (...) Tenho a certeza que o PS, agora que resolveu esta questão interna, estará disponível para um diálogo democrático que é importante para os portugueses e para o país", afirmou.

Questionado pelos jornalistas à margem da inauguração da Bienal da Pedra, no Marco de Canaveses, o chefe do Governo acrescentou que se deve deixar para as eleições "o jogo de expor as alternativas e trocar os argumentos que são importantes para que as pessoas percebam as diferenças".

Observou, porém, que esse é "um tempo que ainda vem longe, porque falta um ano para as eleições".

Passos Coelho chamou à atenção para "reformas importantes" que o país precisa de fazer, destacando a "sustentabilidade das pensões públicas".

O chefe do executivo recordou haver um relatório do Tribunal de Contas "que espelha bem que há problema de sustentabilidade nas pensões públicas".

"É obrigação do Estado, governe quem governar, prevenir esses problemas. Nós tentámos fazê-lo por várias vias, mas não conseguimos", disse, recordando que as propostas do Governo "não tiveram acolhimento jurídico-constitucional".

"Por essa razão, com humildade, temos de reconhecer que é importante, até por isso, reforçar o diálogo com o PS", acrescentou.

Passos disse esperar que a reforma naquela área "possa estar preparada antes das eleições", defendendo que isso permitiria que, "a seguir às eleições, ganhe quem ganhar, ela [reforma das pensões públicas] se possa fazer com o apoio de quem estiver no Governo e na oposição".

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