Wilders, o pai da aliança de extrema-direita, sobe para segundo na Holanda

A associação a Marine Le Pen terá sido tóxica para o extremista holandês anti-islão?

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O Partido da Liberdade de Wilders ficou em segundo lugar, empatado com o D66 AFP

O holandês Geert Wilders, que se juntou a Marine Le Pen para lançar a ideia de criar uma aliança europeia de partidos de extrema-direita, parecia ser o grande fiasco destas eleições, quando foram divulgadas as sondagens à boca das urnas, na quinta-feira à noite: teria ficado em quarto lugar, quando o seu Partido da Liberdade, anti-islão e anti-imigração, antes era dado como vencedor. Mas afinal terá ficado em segundo lugar, ex aequo com o D66, um partido progressista.

A associação com Marine Le Pen tornou-se tóxica de mais para Wilders, disseram os analistas, prevendo que ficaria apenas com três eurodeputados, em vez dos cinco previstos, e que a sua aliança extremista ficaria dificultada. Afinal deverá ter quatro.

Além disso, é discutível considerar quem é mais tóxico para quem. Se Marine Le Pen se tem esforçado para limpar a Frente Nacional francesa das associações anti-semitas e do racismo mais descarado do pai, este continua a irromper, imparável – como na semana passada, quando disse que uma epidemia do vírus hemorrágico ébola poderia resolver os problemas de imigração em França “em três meses”.

Wilders explicou a descida da sua votação na Holanda, que antes das eleições se previa que chegasse aos 34%, com os comentários de Le Pen pai.

Mas o próprio Wilders, cujas declarações anti-islão chocam – e fazem com que viva com segurança 24 horas por dia –, pode ter estado na origem de um conflito diplomático com a Arábia Saudita, por causa de autocolantes anti-islâmicos do seu Partido da Liberdade que têm por base o que parece ser a bandeira daquele país. O ministro dos Negócios Estrangeiros revelou que a Holanda podia ser alvo de sanções sauditas por causa deles.

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